Eu tenho um unico disco da Enya (senhora cujo real nome é 'Eithne Ni Bhraonain' - e que raio de nomes os irlandeses arranjam...) , o album "Watermark", de 1988, o segundo da sua carreira e o que a apresentou ao mundo, pois incluía o seu maior êxito até á data: "Orinoco flow". Não voltei a comprar mais discos dela porque tudo o que fui ouvindo (pouco, admito) posteriormente, me soava sempre ao mesmo. Ela continua com um sentido estético bestial, tanto em termos de imagem como em termos sonoros, mas parece-me que cristalizou no tempo, repetindo incessantemente o mesmo modelo sonoro, as mesmas ambiencias etereas, as vocalizações ecoantes, os acordes sincopados.
Se calhar até terá havido trabalhos dela, durante estes mais de 20 anos que passaram desde "Watermark", que sairam diferentes, mas os que eu ouvi, (aos quais se junta agora esta canção do novo album), é, infelizmente, mais do mesmo. Ouvir esta canção, ou ouvir "Orinoco Flow", pouco ou nada tem de diferente, com a excepção de que "Orinoco" era sem duvida uma melhor canção.
Enfim, não estou a dizer que acho que o disco é mau, que não presta, até porque nunca o ouvi integralmente. O som é bonito, é etereo, é celestial, angelical ... como sempre foram todos os outros. Ou, como dizem em gíria futebolistica, "em equipa que ganha não se mexe". Mas, sendo assim, basta-me ter um disco dela.


.