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LIBERDADE
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LIBERDADE
O DIA DA Liberdade sempre me “tocou” particularmente, sempre me senti uma filha de Abril.
Relembro os meus primeiros anos na escola primária com carinho, porque nunca senti na pele que me afectasse a repressão que se vivia em Portugal antes da revolução. As minhas recordações passam apenas por ainda me lembrar da foto do Salazar, junto ao quadro preto da escola, a qual saudávamos diariamente e por a minha escola ser separada por sexos. Meninos num lado e meninas do outro.
Os espaços que partilhávamos, em que podíamos conviver eram roubados e talvez por isso saboreados com dignidade acima de tudo.
Nas minhas parcas recordações antes da revolução, apenas me lembro dos serões em família, onde por vezes os ânimos familiares se exaltavam e logo alguém refreava as manifestações contra o regime.
Mas eram bons tempos, talvez os medos, criassem outro tipo de aproximações entre as pessoas, quer a nível familiar, quer a nível social que hoje não existem, porque não existe nada que nos motive a lutar e o conceito de Democracia, vai-se perdendo á medida em que as nossas necessidades financeiras se sobrepõem, aos nossos valores ideológicos.
Deixamos de ser uma sociedade democrática, para sermos apenas uma sociedade de consumo e pouco mais.
A recordação que me ficou mais presente do dia 25 de Abril, foi a tensão, a expectativa que apreendi de todos os que me rodeavam, porque eu era uma criança.
Nesse dia não fui á escola, não era aconselhável, mas tenho muito presente os dias de tensão que se viveram, além de que recordo as noites que o meu pai passou em piquete a defender dos vândalos o seu trabalho que nos garantia o pão de cada dia.
Engraçado a Democracia fez com que perdêssemos a noção que devemos defender os nossos postos de trabalho e não destrui-los sistematicamente. Talvez por isso eu tenha “herdado” do meu pai um princípio que me faz sempre pensar que eu devo ter alguma solidariedade com a minha entidade patronal, porque o seu sucesso será sempre a garantia de que nunca faltará o pão á minha mesa.
O que sinto que conquistamos com a revolução de Abril foi o direito de expressão sem medo, em que nos dias de hoje já não temos receio de manifestar a nossa opinião no dia a dia. No entanto se com essa liberdade, evoluímos, por vezes não sei quando ouço as maiores barbaridades, quando se fala demasiado e se faz muito pouco e não deixo de comparar com os “tempos da outra senhora”. Falava-se menos e fazia-se mais.
Quando me sinto como uma filha de Abril, talvez seja por isso mesmo, tive a sorte de ainda me terem ensinado a pensar e não apenas a buscar a informação quando a necessito.
Mas afinal como eu sinto Abril? Abril é mais que um conceito, obviamente não deixo de me orgulhar porque fizemos uma revolução sem derramar sangue, enquanto outros países recorrem a bombas, guerras, pressão económica e lutam á muitos anos pelo seu Abril sem o terem conseguido. Se eu pensar um pouco chego á conclusão que afinal o povo português até tem algo para ensinar ao resto do Mundo, mais que não seja a lutarem pela sua democracia sem armas.
Mas ser filha de Abril, é muito mais do que se auto-afirmar, filha da Liberdade, porque o verdadeiro conceito da Democracia para mim nunca deixará de ser o respeito pelo próximo, e saber além de agir em conformidade que a Minha Liberdade pessoal acaba quando a dos outros começa.
Quando penso em Abril, penso sempre em Zeca Afonso e não em políticos, talvez porque eles sejam apenas isso políticos…, mas o Zeca esse não, esse era o Povo numa voz e hoje neste dia de Abril de 2010, recordo o Zeca Afonso..
Somos filhos da madrugada!
È na madrugada que tudo começa e continuamos á procura de quem nos traga algo de novo, ignoramos dores e desilusões e continuamos á procura de novos horizontes e caminhos, alimentando a esperança com sonhos de Paz.
E a procura continua, tem que continuar porque não somos perfeitos , de erro em erro vamos construindo o nosso futuro de Abril.
Temos muito ainda que fazer, quem sabe também passe por colaborarem neste post e exprimirem nem que seja numa simples frase a vossa Liberdade.
Até breve.
Relembro os meus primeiros anos na escola primária com carinho, porque nunca senti na pele que me afectasse a repressão que se vivia em Portugal antes da revolução. As minhas recordações passam apenas por ainda me lembrar da foto do Salazar, junto ao quadro preto da escola, a qual saudávamos diariamente e por a minha escola ser separada por sexos. Meninos num lado e meninas do outro.
Os espaços que partilhávamos, em que podíamos conviver eram roubados e talvez por isso saboreados com dignidade acima de tudo.
Nas minhas parcas recordações antes da revolução, apenas me lembro dos serões em família, onde por vezes os ânimos familiares se exaltavam e logo alguém refreava as manifestações contra o regime.
Mas eram bons tempos, talvez os medos, criassem outro tipo de aproximações entre as pessoas, quer a nível familiar, quer a nível social que hoje não existem, porque não existe nada que nos motive a lutar e o conceito de Democracia, vai-se perdendo á medida em que as nossas necessidades financeiras se sobrepõem, aos nossos valores ideológicos.
Deixamos de ser uma sociedade democrática, para sermos apenas uma sociedade de consumo e pouco mais.
A recordação que me ficou mais presente do dia 25 de Abril, foi a tensão, a expectativa que apreendi de todos os que me rodeavam, porque eu era uma criança.
Nesse dia não fui á escola, não era aconselhável, mas tenho muito presente os dias de tensão que se viveram, além de que recordo as noites que o meu pai passou em piquete a defender dos vândalos o seu trabalho que nos garantia o pão de cada dia.
Engraçado a Democracia fez com que perdêssemos a noção que devemos defender os nossos postos de trabalho e não destrui-los sistematicamente. Talvez por isso eu tenha “herdado” do meu pai um princípio que me faz sempre pensar que eu devo ter alguma solidariedade com a minha entidade patronal, porque o seu sucesso será sempre a garantia de que nunca faltará o pão á minha mesa.
O que sinto que conquistamos com a revolução de Abril foi o direito de expressão sem medo, em que nos dias de hoje já não temos receio de manifestar a nossa opinião no dia a dia. No entanto se com essa liberdade, evoluímos, por vezes não sei quando ouço as maiores barbaridades, quando se fala demasiado e se faz muito pouco e não deixo de comparar com os “tempos da outra senhora”. Falava-se menos e fazia-se mais.
Quando me sinto como uma filha de Abril, talvez seja por isso mesmo, tive a sorte de ainda me terem ensinado a pensar e não apenas a buscar a informação quando a necessito.
Mas afinal como eu sinto Abril? Abril é mais que um conceito, obviamente não deixo de me orgulhar porque fizemos uma revolução sem derramar sangue, enquanto outros países recorrem a bombas, guerras, pressão económica e lutam á muitos anos pelo seu Abril sem o terem conseguido. Se eu pensar um pouco chego á conclusão que afinal o povo português até tem algo para ensinar ao resto do Mundo, mais que não seja a lutarem pela sua democracia sem armas.
Mas ser filha de Abril, é muito mais do que se auto-afirmar, filha da Liberdade, porque o verdadeiro conceito da Democracia para mim nunca deixará de ser o respeito pelo próximo, e saber além de agir em conformidade que a Minha Liberdade pessoal acaba quando a dos outros começa.
Quando penso em Abril, penso sempre em Zeca Afonso e não em políticos, talvez porque eles sejam apenas isso políticos…, mas o Zeca esse não, esse era o Povo numa voz e hoje neste dia de Abril de 2010, recordo o Zeca Afonso..
Somos filhos da madrugada!
È na madrugada que tudo começa e continuamos á procura de quem nos traga algo de novo, ignoramos dores e desilusões e continuamos á procura de novos horizontes e caminhos, alimentando a esperança com sonhos de Paz.
E a procura continua, tem que continuar porque não somos perfeitos , de erro em erro vamos construindo o nosso futuro de Abril.
Temos muito ainda que fazer, quem sabe também passe por colaborarem neste post e exprimirem nem que seja numa simples frase a vossa Liberdade.
Até breve.
MClara- Admin
- Sexo : Idade : 59
Emprego/lazer : Varios
Pontos : 5844
Data de inscrição : 16/03/2010
Re: LIBERDADE
Ecos de uma época que não vivi, apenas pressenti. Julgo que muito do que dantes éramos está contido nesta quadra:
"Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
quem vive na servidão."
Isto é parte de um dos mais emblemáticos clamores pela Liberdade, no tempo em que ainda havia poetas em Portugal: Manuel Alegre - "trova do vento que passa".
"Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
quem vive na servidão."
Isto é parte de um dos mais emblemáticos clamores pela Liberdade, no tempo em que ainda havia poetas em Portugal: Manuel Alegre - "trova do vento que passa".
Jotace- Membro V.I.P.
- Sexo : Idade : 56
Pontos : 6467
Data de inscrição : 25/11/2008
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