Nem a visita de Sua Exca, Bento XVl, me distrai das ultimas notícias, aliás aqui em Portugal é comum criarem.se distracções para o Povo não se aperceber do estado real do País.
Á uns tempos foi o campeonato de futebol que veio numa altura super oportuna para nos distrair dos aumentos de combustivel, agora é a visita do Papa, para nos distrair que pretendem reduzir o 13º mês e aumentar o IVA para 22%.
A velha artimanha de que seremos compensados pelo nosso sofrimento quando morrermos, será que ainda nos faz aceitar as desigualdades sociais?
Garanto que a mim não! Tão pouco a visita do Papa me tolda as ideias sobre as noticias que vem em paralelo na Imprensa.

" A taxa de desemprego fixou-se em Março nos 8,7 por cento para o conjunto dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), uma subida de 0,1 por cento face a Fevereiro. Portugal regista a quinta maior taxa, situando-se nos 10,5 por cento, o valor mais elevado em 20 anos. "

Aumenta a taxa de desemprego, e ainda vai aumentar mais e somos todos nós, classe trabalhadora que estamos a ter dificuldades cada dia.
São empresas a fechar, são créditos a não conseguir pagar, é o desemprego, é a falta de oportunidade profissional dos nossos jovens e para não falar na instabilidade profissional que nos assola a todos.

Até quando vamos aceitar ordenados congelados, mais impostos, redução de salários em direitos adquiridos eu pergunto, onde estão os nossos sindicatos?
Afinal quem defende os nossos direitos adquiridos na Democracia?
Recuso-me a acreditar que os pobres vão continuar a ter que pagar as obras desnecessárias que pretendem fazer, tais como um novo aeroporto, ou o TGV.
Com estas medidas todas de aumentos , nem dinheiro as pessoas devem ter para apanhar um simples autocarro da Carris, quanto mais viajar de avião ou de TGV.
Pergunto até quando vamos comer e calar, aguentar e apertar os cintos para os ricos poderem viajar com mais comodidade?
Não, algo de muito errado se está a passar em Portugal, alguem que me explique de uma vez por todas porque vai haver aumento de impostos, redução de salários, porque aumenta o desemprego em Portugal e porque os nossos Ministros estão a desgovernar Portugal desta maneira!

Amiga Maria,

se bem te lembras do que já antes escrevi, naquelas longas conversas de aqui há tempos, nada disto me espanta, era para mim mais do que esperado, e acredito que ainda possa ficar pior para o 'Zé'. A resposta ás perguntas que fazes no final estão quase todas lá, nessas conversas.
E sim, o timing escolhido foi feliz, de facto. Entalado entre um Benfica campeão, uma visita papal, e um campeonato mundial de futebol á porta, e ainda ajudado pela resolução "salvadora da pátria" que a UE arranjou este fim-de-semana e que levou a bolsa nacional a ter a sua maior subida de sempre num só dia, quase passou despercebido, não foi? Bem esgalhado, pelos gajos. Eles são incompetentes, mas não são parvos.

olha... nem de propósito, Maria:

o nosso vizinho Zapatero, aqui ao lado, acaba de anunciar, hoje mesmo, que, para este ano, vão cortar os salários da função publica em 5%, e acabar com o subsidio de nascimento (2500€). Para moralizar a coisa, fazem tambem um corte de 15% no vencimento dos membros do Governo.

Entretanto, o Pedrito Coelho dá uns ...Passos... na direcção do PS, dizendo que concorda com o aumento de impostos, desde que sejam cortados os salários dos deputados e dos gestores publicos.
Ora... se eles cortarem os seus proprios salários, estarão tambem a arranjar a cama para um corte salarial na função publica, em breve, pois já terão dado o exemplo, como os nuestros hermanos. Ora, se até os espanhóis já o vão fazer e não estão tão apertados como nós, (segundo se diz) o que é que se pode esperar que aconteça por cá? Pois...
Mas pode ser que eu me engane. Pode ser que o aumento do IVA e o roubo no 13º mês sejam suficientes, e não seja preciso mexer nos salários.

Olha, olha: acabadinho de tirar do Bloomberg:


12 May 2010 at 10:38:14 (GMT)
(Bloomberg) -- Portugal will increase its deficit-cutting measures next year, Finance Minister Fernando Teixeira dos Santos told Bloomberg Television today in an interview.
He said the government would announce the new measures “soon,” and that the moves may increase social tensions.


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Já está a prometê-las para o proximo ano, mas ... a nós não nos diz nada. Diz primeiro á Bloomberg television. Esperemos pela pancada. A frase chave é a ultima: as medidas a implementar para o proximo ano vão fazer crescer as tensões sociais.

JC, uma clarificação: Os Espanhóis até estão mais apertados do que nós (por ex., o desemprego deles é o dobro do nosso, o que é uma coisa eorme, mais do que 20%!).
O que os safa na avaliação e ratings é isto: a economia espahola tem mais capacidade de recuperação, visto que pode crescer a ritmo mais rápido do que a nossa. É essa capacidade de crescer que os pode ajudar a tirar mais depressa do buraco (uma vez cumpridos os tormentos das tais "austeridades").
E sim, termos conseguido formar um bloco central ("não-declarado", mas real) é que sim, é que é muito positivo e patriótico e pode eventualmente acabar por impedir a (re)entrada do FMI - isso sim, é que seria mesmo a doer ao sério!

Olá Wise!


Pois a mim está-me a preocupar esta coisa de um Bloco Central inclinado para a Esquerda Socrática. É que começamos a correr o risco de um dia destes eu me enganar e começar a usar nomes como "o José Passos Coelho", ou o "Zé Pedro Passos Socrates".

Entretanto, consta que a queda do Euro está a fazer maravilhas pela competitividade da industria nacional, e tivemos um crescimento inesperadamente elevado, mesmo o maior da Europa! Vá lá que não são só más noticias!

Errado. Não é o Passos Coelho que se chega à esquerda, porque simplesmente o Sócrates nunca foi de "esquerda" nenhuma, não percebo onde foste buscar esa noção absurda. Toda a prática do Sócrates tem sido a de fazer melhor e com mais energia o que o PSD tinha que ter feito e não fez.
E saíu a sorte grande ao PSD: com a actuação inteligente do P Coelho, as oposições são anuladas e o PS/Sócrates ficam com todo o custo da impopularidade - agora esta austeridade será claramente penalizadora do bombo da festa de serviço, o Sócrates e o PSD / Passos Coelho poderão gozar de uma folha limpa para lixar tudo outra vez.
Exactamente como nos anos 80: O PS / Mário Soares lidou com o FMI e apanhou com todas as medidas impopulares e depois veio o "salvador" Cavaco que não só agarrou a oportunidade de já termos as contas limpas, como ainda por cima apanhou uma providencial descida prolongada do crude. Já toda a gente se esqueceu, mas o enorme aumento do número de funcionários públicos e a não tomada de investimentos públicos necessários em infraestruturas (quando a CEE ainda pagava!) ficou tudo a dever-se ao "Senhor Professor".
Mas já ninguém se lembra - o PS (a sua ala mais à direita) é que fica sempre com o encargo de "arrumar a casa" e levar com a impopularidade - depois vêm os "salvadores" e voltam a levar isto à bancarrota. Que pode ser por fazer despesas a mais ou por não fazer os investimentos que são necessários. Seja como fôr, será tudo virtuoso, os medai são todos do PSD e do CDS (ou pior), não haverá choradinhos nem protestos...

Não sei até que ponto és ingénuo, mas não há nada mais perigoso do que acreditar piamente em que há bons e maus... (a menos que se ande a comer à custa dos nossos "bons", claro).

Já viste como sou céptico - mas acredita que não sou parvo. Especialmente, não me deixo cegar por campanhas jornalisticas e televisivas.
Para já, quem marca pontos nisto é o Passos Coelho. E quem faz (mais uma vez) figura de trapalhão, é o Sócrates. Agora até o PS já percebeu que andam a ser usados e comidos e já começam a rebelar-se contra o "chefe" - mas os maiores trapalhões são eles - Mas nunca conseguirão ser tão trapalhões como têm sempre sido os militantes e figuras de proa do PSD - tão embrenhados andam eles há uns 30 anos nos joguinhos internos de poder e notoriedade que não se dão conta do ridículo em que caíram. Agora ficam temporariamente imobilizados nas suas tricas, a ver no que dá - depois lá recomeçarão.
Mas não há-de ser nada!... Eles apenas seguem as pisadas de outras "instituições" muito mais antigas e "respeitáveis": os Clubes de futebol e a arbitragem!... Se estes se têm safado bem contra o descrédito geral, contra a polícia e os tribunais, enfim, contra tudo o que os atrapalha... porque também não os partidos?... Se ganahrem, fica logo tudo apagado e justificado.

Mas isto sou eu, que sou capaz de ver o bom e o mau onde houver e não só o bem na minha casa e o mal na casa dos outros.
Se calhar... é porque não tenho "casa" nestas coisas. Só a bolsa para pagar-lhes o que tiro do meu.
E desculpem mais uma vez, se não alinhei no vosso clube (seja ele lá qual fôr).

Era apenas um comentário jocoso, Wise. Apenas isso. Mas que não era vazio de conteúdo. Eu não gosto do Sócrates. Acho que o gajo só é bom naquilo que não interessa. Ainda não sei se gosto do Passos Coelho, mas ... um gajo que começa por dizer que não faz isto nem aceita aquilo, e depois, pelos supostos altos designios da nação, começa a amochar... já começa mal. Mas uma coisa é certa: dizem os compendios que o PS é de esquerda, e que o PSD é de direita. Se os dois se resolvem travestir e encontrar algures mais ao centro, algo está errado; ou nos compendios, ou nos Partidos. O resto já não comento, porque não sou nem um pouco especializado em teoria politica. Mas obrigado pela resposta!

A unica coisa que me animou foi saber que as empresas com mais de 2 milhoes de lucros vão ser tributadas de forma diferente, no entanto palpita-me que isso vai ter revés, porque elas vão para outros paises, de forma que os nosso 10,5% de taxa de desemprego iram aumentar sem dúvida.
O que também está a desanimar-me é eu saber que empresas que eu conheço, estão a cessar as suas actividades em Portugal e a abrir em Espanha as mesmas empresas, no entanto a trabalhar na mesma em Portugal.
Com a retenção do 13º mês, isso sim preocupou-me porque muitos portugueses deixam para essa altura do ano, pagamentos como seguros e outros.
No fundo eu até nao me oponho a que se tente endireitar o nosso défice governamental, o que me perturba é eu saber e sentir diariamente que estes esforços que se pedem aos pobres, não se traduzem em melhoria de vida para nós e que continuam a gastar mal gasto o nosso dinheiro.
Somos um País tão pequeno, para mim continua inexplicavel que se construam autoestradas perto umas das outras, para mim é dinheiro mal gasto.
Fecharam-se urgências de hospitais, mas eles continuam abertos, fomos privados do nosso direito á saúde.
Alteraram a lei das reformas e empurraram pessoas para a reforma a torto e direito e jovens e agora teremos que arcar com a responsabilidade de lhes pagar e ainda por cima ter que pagar ordenados a pessoas mais jovens. Desde quando um médico com 50 anos está em idade de se reformar?
Não entendo!
Mas sei que vou ter que pagar isto tudo e mais alguma coisa.

Maria, antes de declararem os 2 milhões... já retiraram tudo. Trabalhei num empresa farmacêutica que sempre deu prejuízo... em Portugal! O mecanismo da sobrefacturação de componentes pela casa-mãe (desta forma "transferindo" o lucro para o estrangeiro) é um sugadoiro e verdadeiramente não sei se os parcos postos de trabalho que criam chegam para pagar tanta chulice. Passar empresas portuguesas para Espanha... nem me quero meter nisso, tão mafioso isso é... aguardo apenas que a CEE acabe com os sistemas fiscais tão díspares.
A verdade é que, apesar da aparência os efeitos NÃO são iguais para pobres e ricos e também não para empresas e trabalhadores.

É assim:

Os trabalhadores pagam - e pagam logo, a pronto, antecipado e... irremediavelmente.

As empresas fogem de todas as maneiras (temos o maior mercado paralelo - eufemismo para mercado negro que há por aí, só na Turquia há mais).

Então como é que isto vai chegar às empresas?.... Fácil: da forma que elas costumam descrever como "isto está mau" - o pessoal tá teso, compra menos e os esquemas proliferam.
A contracção do mercado vai provocar depressão e não crescimento, uma "inflação deflaccionária" ou seja, sobem os preços e baixa a produção e aumenta o desemprego (e o desânimo).
O Sócrates numa coisa tem razão. se as empresas se andam a cortar, quem vai criar empregos?... Se o Estado corta muito, há muita gente (não me refiro a funcionários públicos, refiro-me às tais pequemas e médias empresas que são fornecedores do estado) vão levar por tabela (e despedir, claro).
Os únicos que se safaram no passado, safam agora e se safarão sempre... são os Bancos (ia a dizer que eram os judeus, mas contive-me a tempo...).
A contracção da procura vai lixar muitos dos idiotas que andam sempre a queixar-se disto e daquilo, que não se importam nada com o desemprego e clamam todos os dias por baixas de salários, etc. - a maioria vai safar-se, mal ou bem, mas os menos equipados em termos de competitividade - precisamente os "paga-pouco", que não investem em modernidade e matéria cinzenta - esses vão sofrer. É que são aqueles gajos "que não fazem nada" que lhes compram o que produzem - quando passam a não ganhar nada também... pois.

E é bem feito.

Na minha humilde opinião, o problema é que a "revolta" dos portugueses fica sempre pela mesa do café. Nestas coisas, tiro o chapéu aos franceses.

O mais próximo que ultimamente houve foi a revolta dos professores em Lisboa há uns meses. Isso sim, é um exemplo do que deve ser feito

O mais próximo que ultimamente houve foi a revolta dos professores em Lisboa há uns meses. Isso sim, é um exemplo do que deve ser feito

Isso dos professores é tanga: a oposição ao Governo saltou em cima desta oportunidade de granjear simpatia (e votos) mas no fundo, no fundo, vê-se claramente que os sindicatos querem é aproveitar.
Há dois motivos iníquos, injustos e infelizmente muito "à portuguesa" na base da contestação dos professores: não querem ser avaliados (pura e simplesmente), continuando a progredir na carreira apenas com os anos de serviço e totalmente desprezando a competência, um. O outro motivo tem a ver com o facto de que há professores a mais e apenas querem baralhar as coisas para que essa parte seja demorada - mas terá que ser mesmo um destes dias - simplesmente há professores a mais... e sem avaliação podem ficar os maus e saír os bons, o que a avaliação já ajudaria a fazer bem feito.

O resto.... o resto é política e a resistência à mudança (o costume, portanto).

Antes que me esqueça: esles não dizem que não querem ser avaliados - nada disso, o que eles dizem e dirão sempre é: "Avaliação, sim, mas não esta, não deste modo!... " - Blah, blah. blah. Todos nós conhecemos a táctica do "Sim, mas..." para dizer não.

Tens razão Wisemax, quem não deve não teme não é? Eu concordo com avaliações periodicas seja em que actividade profissional for, até porque algumas pessoas tendem a acomodar-se.
No entanto e no caso concreto dos professores, muitos deles tiveram e tem muitas dificuldades em se adaptar ás mudanças, tais como o uso das novas tecnologias de informação, por outro lado a via de ensino passou a ser uma escapatória para o desemprego e a maior parte dos professores nem estão vocacionados para o Ensino.
A ver vamos, mas tambem creio que não adianta neste momento reclamar, seja lá do que for, resta-nos pagar e nada mais.

Também há a hipotese de partir a loiça toda, mas ... ainda não estamos a sofrer o suficiente para isso. Mas a julgar pela entrevista do Socrates ontem... quanto mais depressa houver cacos melhor!
Olha, no episódio seguinte da anedota PS chamada 'ataque ao défice', querem-nos tirar uma série de feriados! Diz que isso dá dinheiro! E que faz muita diferença ao final do ano!

Como dizia não sei quem um dia destes "se temos que ser como os gregos... comecemos por envenenar o Sócrates!".
Se a malta começasse a sair á rua e a criar confusão, até o Presidente depunha o Governo em três dias... a bem da nação!

Concordo plenamente Jotace.

Olá! A noticia do dia é a de que afinal parece que os espanhóis resolveram que o TGV até Portugal já não é uma prioridade, e adiaram-no por um par de anos, para já. E o nosso inginheiro ainda anteontem jurava a pés juntos que os espanhóis já estavam de ferramentas em punho!
Vamos lá ver se mesmo assim o nosso inginheiro vai insistir em começar já a gastar milhões numa linha que vai ligar o nada a coisa nenhuma...

Afinal agora parece que saiu um desmentido. Mas se calhar amanhã já é outra a versão. O melhor é não ligar, mesmo...