Assertividade - os estados do "Eu"
Os «Estados do Eu»

A personalidade de cada indivíduo pode assumir três estados denominados «Estados do Eu» (Estado do Eu PAI; Estado do Eu ADULTO; Estado do Eu CRIANÇA), entendendo por «Estado do Eu» um conjunto consistente de sentimentos e experiências que se traduz em determinados padrões de comportamento. A AT procura analisar a personalidade do indivíduo para descobrir a natureza dos seus «Estados do Eu».
o O estado do Eu PAI é a parte de cada um de nós que encara a vida como ela nos é ensinada, sendo constituído pelo conjunto dos nossos comportamentos que são semelhantes aos dos nossos pais ou de outras figuras de autoridade; refere-se às nossas crenças, valores, julgamentos...
Neste Estado do Eu respondemos quase automaticamente às solicitações do meio, como se existisse um gravador nas nossas cabeças e a fita reproduzisse algumas das frases típicas dos nossos pais, ou de outras figuras de equivalente autoridade.
Quando agimos no Estado do Eu PAI podemos comportar-nos quer de forma controladora e por vezes crítica (Estado do Eu PAI CRÍTICO), quer de forma protectora e por vezes carinhosa (que denominaremos como Estado do Eu ALIMENTADOR, que outros denominam «Pai Nutritivo» e talvez seria mais claro chamar «Pai Protector»):
O Estado de PAI CRÍTICO constitui a parte de cada um de nós que estabelece os limites e faz juízos sobre nós próprios e sobre os outros. (Exemplos: «Não se deve deixar para amanhã o que pode ser feito hoje»; «O dinheiro não faz a felicidade»; «Você não devia ter feito isso»).
O Estado de PAI ALIMENTADOR é a parte de cada um de nós que nos oferece permissão ou apoio a nós próprios e aos outros, possibilitando o nosso crescimento e desenvolvimento. (Exemplos: «Não te preocupes que eu trato disso»; «Muito bem! Se continuares assim vais ver que vais longe...»; «Hoje estás tão cansado! Eu no teu lugar ia já para casa»).
o O estado do Eu ADULTO é a parte de cada um de nós que encara a vida como ela é pensada, sendo constituído pelo conjunto dos nossos comportamentos de natureza racional, em que a tomada de decisão é resultado de um processo de observação, análise da situação e consideração prévia de diversas hipóteses.
Quando agimos no Estado do Eu ADULTO, recolhemos informação do mundo exterior e de nós próprios e tratamo-la no sentido de orientar os nossos comportamentos numa perspectiva de cariz essencialmente racional.
o O estado do Eu CRIANÇA é a parte de cada um de nós que encara a vida como ela é sentida, sendo constituído pelo conjunto dos nossos comportamentos de natureza emocional, semelhantes aos da nossa infância, em que a energia da tomada de decisão é resultado de sentimentos, sendo fonte da nossa criatividade, curiosidade e intuição.
Quando agimos no Estado do Eu CRIANÇA, podemos comportarmo-nos quer de uma forma mais adaptada e por vezes conformista (Estado do Eu CRIANÇA ADAPTADA), quer de uma forma mais livre (Estado do Eu CRIANÇA ESPONTÂNEA), criativa (Estado do Eu CRIANÇA ou PEQUENO PROFESSOR) e por vezes rebelde (Estado do Eu CRIANÇA REBELDE).
O Estado de CRIANÇA ADAPTADA é a parte de cada um de nós que privilegia a sua aceitação e adaptação ao meio, modelando o seu comportamento de forma a ser simpático (bem aceite por todos) e obediente (bem visto por quem tem autoridade). (Exemplos: «Desculpe que eu não tinha reparado»; «Está bem... eu vou fazer tal e qual como o senhor acaba de dizer»).
O Estado de CRIANÇA ESPONTÂNEA é a parte de cada um de nós que expressa as suas necessidades e os seus sentimentos e entusiasmos de forma autêntica, representando o potencial e energia para viver. (Exemplos: «Eu não quero saber!»; «Oh! E depois?».
O Estado de CRIANÇA CRIATIVA (ou também chamado Estado do Pequeno Professor) refere-se à parte intuitiva de cada um de nós que encontra facilmente algo de curioso à sua volta e rapidamente confia vir a encontrar uma explicação ou solução para aquilo que o surpreendeu (Exemplos: «eu resolvo o problema, fica descansado»; «com este truque já não abre»).
O Estado de CRIANÇA REBELDE é a parte de cada um de nós que se revela através de comportamentos negativos, contestatários, agressivos de oposição, de desejo de independência e de negativismo. (Exemplos: «Não tenho tempo para te ouvir»; «Tenho mais que fazer do que ir à tua festa»).
Cada um de nós desenvolve diversas formas de relacionamento interpessoal, segundo os diferentes Estados do Eu em que nos situarmos e as respectivas variações comportamentais. É importante as pessoas identificaram o seu próprio estado do Eu de maneira a adequa-los mais a cada situação, a funcionarem como adultos equilibrados e harmoniosos!