Portugal-On-Line
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Últimos assuntos
» Redução de salários em 2010
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Jun 06, 2016 4:40 pm por WiseMax

» Sorteio de voos para a Alemanha e iPad 2
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSáb Jun 07, 2014 3:44 pm por vaniasvieira

» Coworking S.João da Madeira
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Nov 18, 2013 11:19 am por MClara

» O Worten Ultimate Challenge está de volta!
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Nov 04, 2013 6:00 pm por PTGAMERLAN

» Clube Macinhatense
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Nov 04, 2013 4:34 pm por MClara

» CONCERTOS DE ORGÃO
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeQui Out 24, 2013 11:46 pm por MClara

» Associação Bairrada Solidária
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Out 14, 2013 2:28 am por MClara

» Vamos ajudar a Mónica
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSex Out 11, 2013 11:26 am por MClara

» Gina Marrinhas em Águeda
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Set 30, 2013 10:24 pm por MClara

» Luís Miguel Ferreira
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeQua Set 25, 2013 11:05 pm por MClara

» Associacao Bairrada Solidaria - Aniversário
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeQua Set 25, 2013 11:01 pm por MClara

» Convivio do Rio Vouga - Clube Macinhatense
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Jun 24, 2013 1:10 pm por MClara

» Candidato á presidência da câmara de SJM
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeTer Jun 18, 2013 1:09 pm por Reporter On Line

» Feira da Vinha e do Vinho 2013
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Jun 17, 2013 10:50 pm por Isabelita

» 17º encontro de Povos da Serra da Lousâ
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Jun 17, 2013 10:04 pm por MClara

» MEO XLPARTY@Expocentro - Pombal
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Jun 17, 2013 2:27 pm por PTGAMERLAN

» Worten Ultimate Challenge PES 2013 - GT5
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg Jun 17, 2013 2:26 pm por PTGAMERLAN

» Gerir vida financeira
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeDom Jun 09, 2013 2:32 pm por skurtis

» Bichos, Bichinhos e Bicharocos - Althum
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeQui maio 30, 2013 9:24 am por MClara

» Miguel Braga " Like a Tree"
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeQua maio 29, 2013 7:21 am por MClara

» Mealhada
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSeg maio 27, 2013 6:56 pm por MClara

» Castanheira de Pera
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeDom maio 26, 2013 11:10 am por MClara

» Entr'artes/2013
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeDom maio 19, 2013 11:01 pm por MClara

» Trocas e Baldrocas
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSex maio 17, 2013 3:57 pm por MClara

» DIVERSÃO NOS ESPAÇOS PLAY ZON - Torneio FIFA 13
A Educação é uma Fábula Icon_minitimeSex maio 03, 2013 3:49 pm por PTGAMERLAN

Entrar

Esqueci-me da senha

Facebook
Forum Generalista Português

Forum Generalista Português

ON- LINE

contador de visitas
O Tempo não pára!
Volte sempre
contador de visitas
Visitantes
tema
PT
Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada


A Educação é uma Fábula

Ir para baixo

A Educação é uma Fábula Empty A Educação é uma Fábula

Mensagem por PortugalOnLine Qua Jan 21, 2009 9:40 am

Educação: os critérios da excelência
09.01.2009, Lídia Jorge
A titularidade foi dada a professores bons, excelentes, maus e muito maus. Não premiou nada, porque baralhou tudo
1.Ficarão por muito tempo célebres os braços-de-ferro que Margaret Thatcher manteve com os sindicatos do Reino Unido, como conseguiu vencê-los, e como à medida que os humilhava, mais ia ganhando o eleitorado do seu país. Na altura a primeira-ministra britânica era a voz da modernidade liberal, criou discípulos por toda parte, e ainda hoje, apesar do negrume da sua era, há quem se refira à sua coragem como protótipo da determinação governativa. Mas neste diferendo que opõe professores e Governo, está enganado quem associa o seu perfil ao de Maria de Lurdes Rodrigues. Se alguma associação deve ser feita - e só no plano da determinação -, é bom que o faça directamente com a pessoa do primeiro-ministro.
De facto, a equipa deste Ministério da Educação tem-se mantido coesa, iniciou reformas aguardadas há décadas, soube transferir para o plano da realidade as mudanças que em António Guterres foram enunciadas como paixão, conseguiu que o país discutisse a instrução como assunto de primeira grandeza, fez habitar as escolas a tempo inteiro, fez ver aos professores que o magistério não era mais uma profissão de part-time, arrancou crianças de espaços pedagógicos inóspitos, e muitos de nós pensámos que a escola portuguesa ia partir na direcção certa. Quando José Sócrates saía com todos os ministros para a rua, nos inícios dos anos lectivos, via-se nesse gesto uma determinação reformista que augurava um caminho de rigor. Não admira que o primeiro-ministro várias vezes tenha falado do óbvio - que era necessário determinar quem eram, na escola portuguesa, os professores de excelência. Era preciso identificá-los, promovê-los, responsabilizá-los, outorgar-lhes credenciais de liderança. Era fundamental que se procedesse à sua escolha. Mas a sua equipa legislou sobre o assunto e infelizmente errou.

2.Errou ao criar, de um momento para o outro, duas categorias distintas, quando a escola portuguesa não se encontrava preparada para uma diferenciação dual. A escola portuguesa tinha o defeito de não diferenciar, mas tinha a virtude de cooperar. O prestígio do professor junto dos alunos e dos colegas não era contabilizado, mas era a medida da sua avaliação. Pode dizer-se que era uma escola artesanal que necessitava de uma outra sofisticação. Mas, para se proceder a essa modificação com êxito, era preciso compreender os mecanismos que a sustentavam há décadas, e tomar cuidado em não humilhar uma classe deprimida, a sofrer dia a dia o efeito de uma erosão educacional que se faz sentir à escala global. Só que em vez da aplicação cuidadosa e gradual de um processo de mudança, a equipa do Ministério da Educação resolveu criar um quadro de professores titulares, a esmo, à força e à pressa. No afã de encontrar a excelência, em vez de se aplicar critérios de escolha pedagógica e científica, aplicaram-se critérios administrativos, de tal modo aleatórios que deixaram de fora grande percentagem de professores excelentes, muitas vezes os responsáveis directos pelo êxito pedagógico das escolas.
O alvoroço que essa busca de um quadro de excelência criou está longe de ser descrito devidamente. Basta visitar algumas escolas para se perceber como a titularidade está distribuída a professores bons, excelentes, mas também a maus e muito maus, e foi negada a professores competentes. Isto é, criou-se um esquema que não premiou nada, porque baralhou tudo. Os erros foram detectados por muita gente de boa fé, em devido tempo, mas o processo avançou, a justiça não foi reposta, nem sequer a nível da retórica política. Pelo contrário, aquilo que a razão mostrava à evidência foi sendo desmentido, adiado, ridicularizado, ou desviado para o campo da luta sindical dita de inspiração comunista.

3.O segundo instrumento ao serviço da excelência não teve melhor sorte. Era preciso inaugurar nas escolas uma cultura de responsabilidade que até agora fora relegada para determinismos de vária ordem, menos os estritamente pedagógicos, o que era um vício da escola portuguesa, pelo menos até à publicação dos rankings. Mas aí, de novo, a equipa do Ministério da Educação funcionou mal. Se os campos de avaliação do desempenho dos professores estão mais ou menos fixados, e começam a ser universais, os parâmetros em questão foram pensados por mentes burocráticas sem sentido da realidade, na pior deturpação que se pode imaginar em discípulos de Benjamin Bloom, porque um sistema que transforma cada profissional num polícia de todos os seus gestos, e dos gestos de todos os outros, instaura dentro de cada pessoa um huis clos infernal de olhares paralisantes. Ninguém melhor do que os professores sabe como a avaliação é um logro sempre que a subjectividade se transforma em numerologia. Claro que não está em causa a tentativa de quantificação, está em causa um método totalitário que se transforma num processo autofágico da actividade escolar. Aliás, só a partir da divulgação das célebres grelhas é que toda a gente passou a entender a razão da pressa na criação dos professores titulares - eles estavam destinados a ser os pilares dessa estrutura burocrática de que seriam os pivots. Isto é, quando menos se esperava, e menos falta fazia, estavam lançadas as bases para uma nova desordem na escola portuguesa. Como ultrapassá-la?

4.Não restam muitos caminhos. Ultimamente, almas de boa fé falam de cedência de parte a parte. Negociação, bondade, comissões de sábios. A questão é que não há, neste campo, nenhuma justiça salomónica a aplicar. O objecto em causa não é negociável. Tendo em conta uma erosão à vista, só a Maria de Lurdes Rodrigues, que sabe que foi longe de mais, competiria dizer "Não matem a criança, prefiro que a dêem inteira à outra", mas já se percebeu que não o vai fazer. Obcecada pela sua missão, que começou tão bem e está terminando mal, quererá ir até ao fim, mesmo que do papel dos mil quesitos que alguém engendrou para si só reste um farrapo. É pena. Depois de ter tido a capacidade de pôr em marcha uma mudança estrutural indispensável para a modernização do ensino, acabou por não ser capaz de ultrapassar o desprezo que desde o início mostrava ter em relação aos professores. E, no entanto, numa política de rosto humano, seria justo voltar atrás, reparar os estragos, admitir o erro sem perder a face. Ou simplesmente passar o mandato a outros que possam reiniciar um novo processo.
De facto, em Portugal existem vários vícios na ascensão ao poder. Um deles consiste em não se saber entrar no poder. Pessoas sem perfil técnico, ou humano, aceitam desempenhar cargos para os quais não foram talhados. Parece que toda a gente gosta de um dia dizer ao telefone, no telejornal, "Papá, sou ministro!", com o resultado que se conhece. Outro é não se saber sair do poder. Houve um tempo em que Mário Soares ensinou ao país como os políticos saem no tempo certo, para retomarem, quando voltam a ser úteis. Os grandes políticos conhecem a lei do pousio. E o objecto da disputa deve ser sempre mais alto do que a própria disputa. É por isso estranho e desmedido o que está a acontecer.

5.José Sócrates deverá estar a pensar que pode ter pela frente um golpe de sorte - Margaret Thatcher teve a guerra das Falklands - e até pode vir a ter uma maioria absoluta outra vez. Aliás, pelo que se ouve e vê, a frase da ministra da Educação "Perco os professores mas ganho o país", cria efeitos de grande admiração junto duma população ansiosa por ver braços-de-ferro no ar, sobretudo se eles vierem do corpo de uma mulher. Não falta quem faça declarações de admiração à sua coragem, como se a coragem prescindisse da razoabilidade. E até é bem possível que a Plataforma Sindical um dia destes saia sorridente da 5 de Outubro com um acordo qualquer debaixo do braço, como já aconteceu.
Mas a verdade é que, a insistir-se neste plano, despropositado, está-se a fomentar uma cadeia de injustiças e inoperâncias que só a alternância democrática poderá apagar. Se José Sócrates pediu boas soluções e lhe ofereceram estas, foi enganado, e deveria repensar nos seus contratos. Mas se ele mesmo acredita neste processo kafkiano, é uma desilusão, sobretudo para os que confiaram na sua capacidade de ajudar o país a mudar. Neste momento, entre nós, a educação tornou-se uma fábula.
PortugalOnLine
PortugalOnLine
Admin

Sexo : Feminino Idade : 59
Emprego/lazer : Jornalista Amadora (Claro)
Pontos : 6131
Data de inscrição : 21/11/2008

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos