S.João da Madeira : Recebe O Ultimo " Poeta"

por PortugalOnLine Ter Mar 24, 2009 2:45 am

No Âmbito das comemorações de Março mês da Poesia, Neptulia em S. João da Madeira - Avenida Misericórdia , tem o prazer de convidar V.Exas. a assistir e a conhecer o nosso convidado de honra Sr. António Tavares Chula, pseudónimo literário " CHUlA d´ÁGueda" , numa homenagem ao verdadeiro poeta do Povo pelas 21.30.

Entrada Livre
Marcações para jantar através do telefone:
256 829 199

por PortugalOnLine Ter Mar 24, 2009 4:29 pm

Chula d´Agueda

Chula d´Águeda, pseudónimo usado por António Tavares chula, nascido a 4 de Outubro de 1938, no lugar de paredes freguesia de Águeda. Filho de pais muito modestos que, na companhia de mais 7 irmãos, viveu os tempos difíceis da ultima grande guerra (1940-1945), esse flagelo que, tal como o que deflagrou em 1917 dilacerou a Europa e o mundo, dando origem a alguns anos de fome e miséria de todos os bens essenciais.

Até aos 7 anos foi moço de carreiro, pois com seu avô, o cónego Chula (alcunha por ser afilhado de um cónego) passou a sua infância à frente dos bois, que até aos anos 50 era o transporte mais usado.

Frequentou o ensino primário na velha escola do adro, que alternava com os trabalhos agrícolas, sendo um aluno de aproveitamento médio.

Aos 12 anos ingressou na fábrica JVAL, onde seu pai trabalhava e cedo começou a revelar-se com muito gosto e jeito para a tornearia pioneira, onde teve como mestre o Eng. David Valente de Almeida.

Em 1963, matriculou-se num curso nocturno, do ensino secundário, na escola Marquês de Castilho. Tira o curso de serralheiro e frequentou um curso de formação social em Sintra.

È desta massa de dificuldades que são feitos os verdadeiros Poetas do Povo!

por PortugalOnLine Ter Mar 24, 2009 5:06 pm

Verão de 2003

( Poema do livro – 0 Terceiro Grito)

Algo de mim vou dizer

Eu sou quem faz aquecer

Teu corpo no frio Inverno,

Mas também sou labaredas

Que às florestas e veredas

Transformo em negro inferno

Quando o homem me inventou

Certamente não pensou

Daquilo que sou capaz

Mesmo assim a Humanidade

Sempre dei felicidade

Mesmo tendo coisas más.

Seja velhinho ou criança

Quando com frio e sem esp´rança

Vê em mim um grande amigo.

Mas quando me descontrolo

E em Labaredas me enrolo

Sou um cruel inimigo.

Sou pior que um ladrão

Roubo, mato, sou leão

Duma fúria selvagem

Seja casa ou matagal

No meu ventre infernal

Tudo devoro á passagem

Quando já tudo queimei

Olho para onde passei

Só vejo desolação

Minha raiva é infinita

Não me dói se o homem grita

Ou Mato sem compaixão

Mas se sou chama fagueira

Que aquece a tua lareira

Ou um simples fogaréu…

Se dizem que o meu calor

Faz um lar acolhedor

Sou um bem-vindo do Céu.

Com a água me casei

Nunca mais me separei

Sempre foi a minha amante

Somos tão imprevisíveis

As vezes, incompatíveis

Lutamos como gigantes.

È deste tal casamento

Que sai o teu alimento

O lado bom que desfruto

Mas quando queimo a terra

Com a água entro em guerra

E deixo a terra de luto

Do meu ventre sai calor

Transformo água em vapor

E desta força motriz

A água amante é rival

Não é tão mal afinal

Quando o final é feliz.

Do binómio água e fogo

Ao homem eu peço e rogo

Saibam connosco lidar.

Somos bens caros à terra

Mas quando estamos em guerra

Ambos sabemos matar.

Mil formas de fazer lume

Todas criadas p´lo homem

A pensar em felicidade

Mas quando descontroladas

Essas formas mal usadas

Destroem a humanidade

Gentes com piromanias

Com suas mentes vazias

Querem as matas queimadas

Ai tantas vidas perdidas

E tantas raivas contidas

Tantas sentenças falhadas.

Poema de Chula d´Águeda

por PortugalOnLine Ter Mar 24, 2009 5:53 pm

A Prosa e a Poesia

Eruditos chamam poema

Á prosa bem construída

E de certa forma lida

Seja qual for o tema

E eu vivo num dilema.

Até ando baralhado

Sei que não sou letrado

E muito menos poeta.

Será que escrevo poesia?

Terei o dom, a faceta

De me exprimir em verso

Com ou sem morfologia.

É por isso que eu peço.

A vós e aos “cegarregas”

Digam se é poesia

A tal poesia livre

Que não mede com calibre

E não obedece a regras.

Seja qual for o tema

Ao qual chamam o poema,

Se não tem métrica ou rima

E a musicalidade

Que o ouvido nos ensina…

Se não fala de saudade,

De tristeza, d´alegria,

Não é quintilha ou terceto,

Quadra, sextilha ou soneto

Ou mesmo uma glosa.

Se não tiver fantasia…

Isso para mim é prosa.

Chamai-lhe vós poesia.

Chula d´Águeda - Fev.2004

por Convidad Sáb Mar 28, 2009 4:27 pm

por PortugalOnLine Dom Mar 29, 2009 11:56 pm

Parabéns por uma noite especial e á excelente homenagem á poesia.

por PortugalOnLine Seg Mar 30, 2009 12:01 am

por Reporter On Line Ter Abr 07, 2009 1:06 am

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S.João da Madeira : Recebe O Ultimo " Poeta"

S.João da Madeira : Recebe O Ultimo " Poeta"

Biografia de António Tavares Chula

O Fogo e a água

A Prosa e a Poesia

Chula de Águeda em S.João da Madeira

Registos de Poesia à Mesa no Neptulia

Bandolim

S.João da Madeira

Re: S.João da Madeira : Recebe O Ultimo " Poeta"