GRUPO FOLCLORICO E ETNOGRAFICO DE MACINHATA DO VOUGA

por Reporter On Line Dom maio 10, 2009 3:21 pm

Grupo Folclorico e Etnografico de Macinhata do Vouga

Comemoração do vigésimo aniversário da Fundação realizada em Macinhata do Vouga dia 9 de Maio no Centro Recreativo e Cultural de Macinhata com a presença de :
Sr. Jorge Almeida - Vice Presidente da Câmara Municipal de Agueda
Sr. Francisco Silva - Conselho técnico da Federação Folclorica portuguesa
Sra. Dália Silva - Presidente da Junta de Freguesia de Macinhata do Vouga
Membros do Grupo Folclorico, Amigos , convidados.

Decidimos transcrever na integra o discurso efectuado pelo Presidente Sr. José Augusto, uma vez que ele retrata a história do Grupo, as suas dificuldades, e expectativas.
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No dia 8 de Abril de 1989 um grupo de Machinhatenses, fundou esta Associação "GRUPO FOLCÓRICO E ETNOFRÁFICO DE MACINHATA DO VOUGA", com a esperança de levar por diante os usos e costumes da nossa terra, e da região o mais longe.
Sendo uma Associação da qual o Grupo se compõe, de elementos como; operários, estudantes, empresários, profissões liberais, agricultores, artesões; o qual se dedicam nas suas horas de lazer à dança, cantares, usos e costumes das gentes que habitavam a nossa região no fim do século XIX até ao 1º quartel do século XX.
Com o andar dos anos e mercê do trabalho e afinco das direcções e colaboradores que nos ajudaram no encaminhamento de documentação para que ao longo destes vinte anos nos tornássemos membros; da Federação do Folclore Português, do INATEL, Associação de Pessoa Colectiva de Utilidade Publica, e membro da comissão Instaladora da "CUTURAG" Federação das Associações Culturais e Recreativas de Águeda.
Estamos empenhados na conclusão das obras da 1ª fase na estação sede do Grupo, esperamos já no próximo mês de Julho data do nosso festival termos as obras concluídas, é um passo importante para a nossa associação, a 2ª fase será para quando as condições económicas o permitirem, queremos deixar uma palavra de agradecimento, à Câmara Municipal à Junta de Freguesia, e todas as pessoas e empresas que nos têm ajudado, para podermos levar avante as obras, estamos no local talvez mais emblemático de Macinhata estamos num edifício, construído no principio do século passado, foi com a instalação do caminho-de-ferro que a nossa região se desenvolveu dando passo de região agrícola, para o desenvolvimento industrial.
Também como é sabido, fomos vítimas dum roubo inqualificável, não sabemos com que propósito se foi só roubar ou se foi com a intenção de com este roubo acabar com o Grupo, pois levaram-nos quase todo o que era do roupeiro; do grupo infantil e Adulto; desde botas chapéus, cintas e trajes, do espólio levaram-nos lembranças que ao longo dos anos fomos reunindo quer de actuações como de representações do Grupo, assim como peças valiosas que não têm preço, eram peças algumas únicas que nos levaram naquele dia; foi um choque tremendo pois nunca nos passou por a cabeça que alguém se lembrasse em fazer uma coisa dessas; não sabíamos o que fazer; sem meios económicos para repor os trajes para no mínimo podermos prosseguir com os compromissos já assumidos; foi difícil, mas graças à ajuda moral do Eng.Manuel Farias dos Serranos, ao Jorge Almeida vice-presidente, e à Sra. Vereadora da cultura da Câmara Municipal Dra. Elsa, e ao empenho dum grupo de emigrantes na Suiça encabeçado por o nosso conterrâneo Fernando Duarte, conseguimos fazer face ao problema, e assim repor em parte o vestuário que nos roubaram, no entanto as sequelas ficam, os espólios que nos roubaram nunca mais são repostos.
Quero agradecer a todos os directores de componentes, que nos últimos nove anos fizeram parte desta Associação, são os anos que estamos à frente do Grupo, nestes nove anos houve certas alterações, protocolo com a Junta de Freguesia e REFER, a fim de tomarmos posse do edifício da estação e espaço adjacente para aí podermos restaurar e construir a futura sede da nossa Associação, estruturar e adaptar os estatutos às novas leis do Associativismo, uma exigência para nos podermos, candidatar a Associação de Utilidade Publica e membro do INATEL, para isso tivemos que fazer quatro escrituras públicas, também houve mudanças no elenco directivo, componentes e direcções técnicas, mas todos estes homens e mulheres que deram o seu contributo estes anos, estou convencido que o fizeram, convictos que estavam a dar o seu melhor em prol da nossa Associação, a todos Eles o nosso obrigado por terem ajudado a levar longe, o nosso Grupo, a nossa cultura popular, com dignidade.
Mas queremos realçar dois elementos do Grupo, a directora e componente mais antiga do grupo, está aqui desde a sua fundação; a D. Otília Costa, a ela devemos a humildade, o gosto, o trabalho intenso, sempre disponível para nos ajudar a direccionar para bem da União e amizade dentro deste Grupo, à D. Otília devemos estes ensinamentos, por isso pedimos uma salva de palmas: A VOCÊ DNA. Otília o nosso muito obrigado, e ao Orlando Teixeira um dos componentes mais antigos do Grupo em continuidade, que pela sua dedicação e polivalência dentro da tocada do GRUPO, muito tem ajudado a minimizar as falhas que por porventura se deparam, ao ORLANDO O NOSSO OBRIGADO.
Mas passados estes vinte anos não nos podemos esquecer dos primeiros directores e muitas mulheres e homens que puseram o seu empenho e ao serão se juntavam para confeccionar os trajes principalmente femininos a fim de dar os primeiros passos nestas andanças do folclore.
Estas mulheres e homens eram alguns deles os pais dos primeiros componentes do nosso grupo, pois como e sabido O GRUPO FOLCLORICO DE MACINHATA DO VOUGA arrancou com um Grupo Infantil e só depois passados uns anos, quando estes meninos já crescidos e com o bichinho metido no folclore os directores da altura, decidiram e muito bem formar o Grupo Adulto o que ainda hoje mantemos os dois Grupos Infantil e Adulto, o que não é fácil nos tempos que correm.
Também queremos aqui deixar uma palavra de apreço e gratidão aos antigos directores e componentes já falecidos, estes componentes e directores que puseram o seu empenho em prol desta colectividade, a eles o nosso muito obrigado.
Mas esta Associação aparte de representar os usos e costumes, a Etnografia o Folclore o Artesanato, leva a cabo ao longo do ano vários eventos incluídos no plano de actividades tais como o ciclo turismo evento bastante participado por toda a faixa etária percorremos a maioria dos lugares da nossa freguesia e lugares adjacentes das Freguesias vizinhas Valongo e Lamas, a descida do rio Vouga em bateira, o cantar das janeiras de porta a porta o festival do Folclore Adulto e Infantil que se realiza no último sábado de Julho, quando as condições o permitem realizamos dois, um dedicado mais ao Grupo Adulto e o outro mais dedicado ao Grupo Infantil, gostaríamos de realizar dentro dessas actividades uma feira medieval, o lugar do Beco penso que seria o local ideal visto já lá se realizar uma feira no primeiro domingo de cada mês, poderá ser que numa próxima seja possível.Participa em festas e romarias da região, a nível nacional de Norte a Sul e internacional, a primeira internacionalização do Grupo foi em 2001 deslocamo-nos a Genebra Suiça a convite da Associação Académico de Viseu de Genebra, em 2003 deslocamo-nos à ilha de S. Miguel-Açores, percorremos a ilha com varias actuações locais, em 2005 voltamos a Genebra desta vês a convite da Associação dos Portugueses em Genebra, em 2006 estivemos na cidade de Lourdes França a convite do Município de Lourdes a fim de participar nas festas da cidade nesse ano, em 2008 participamos na festa do Avante.
Mas também temos o propósito de pesquisar a gastronomia e a doçaria da nossa região, da qual temos uma diversidade gastronómica, tão variada que poucas regiões do nosso País têm;
Nós somos Beirões; uma região que abraça uma extensão que vai do mar e que se estende pelas terras do Rio Vouga até à Serra da Lapa muito acima de Viseu, e para Sul até ao norte da Serra do Caramulo; daí termos uma diversidade gastronómica importante.
Começando por o litoral temos as caldeiradas de peixe, as caldeiradas de enguias, os bivalves da Ria, subindo vimos por as terras ribeirinhas, já se encontra o peixe do rio até Jafafe, na nossa Freguesia, mas também encontramos o leitão à Beirão, prato que só se encontra na faixa de Aveiro até Sever do Vouga, temos a pesca sazonal da lampreia e do sável, pratos de referencia nacional da nossa região, a vitela assada no forno de lenha, o borrego e o cabrito, mas não nos podemos esquecer da matança do porco, outrora o governo das gentes da nossa região. Hoje ainda é referência a matança para nós, fazemos o encerramento da época com a matança da Porca, no mês de Novembro, os rojões, o sarrabulho, a cabeça no dia da matança, o arroz de fressura, os ossos do cozido, e outras iguarias.
Nós que porventura estamos à frente destas associações, temos por obrigação preservar os usos e costumes, o folclore e etnografia o artesanato e a gastronomia pois só assim conseguimos identificar as nossas origens, ser Portugueses.

(Discurso da Comemoração dia 9 de Maio do vigésimo aniversário do Grupo Folclórico e etnográfico de Macinhata do Vouga, - Palavras do seu Presidente Sr. José Augusto)

por MC-Netvisuais Dom maio 10, 2009 11:37 pm

Momentos registados em video e imagem do 20º aniversario do Grupo Folclorico e Etnografico de Macinhata do Vouga
09.05.2009
Para visualizaçao consultem os seguintes links:
2oº aniv. Grupo de folclore-Macinhata do Vouga - Link Directo

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20º Aniversário do G.de Folclore - Macinhata do Vouga