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Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva

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Mensagem por João de Medeiros Qui Abr 08, 2010 10:28 am

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Gruporelva1

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva



HISTORIAL – curriculum


O Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva foi fundado a 29 de Junho de 1976.

Em 1977 participou no Intercâmbio Regional das Casas do Povo actuando em todas as ilhas do Grupo central dos Açores.

No ano de 1978 integrou as Comemorações do 25 de Abril em Lisboa.

Deslocou-se à ilha de Santa Maria no ano de 1984 para participar nas Festas 15 de Agosto que anualmente aí decorrem.

Em 1986 participou no Festival Internacional de Folclore dos Açores realizado na Ilha Terceira.

Representou o Folclore Português no Festival Internacional de Música de Cantonigròs – Catalunha – Espanha obtendo o 7º lugar entre os 32 grupos participantes no ano de 1988.

Esteve no Canadá no ano de 1989 onde participou nas Festas do Sr. da Pedra e nas Festas da Sr.ª dos Anjos nas cidades de Toronto e Hamilton a convite das Comunidades Portuguesas aí residentes.

Voltou ao Canadá em 1991 para actuar nas mesmas festas devido ao sucesso aí alcançado dois anos antes, onde ainda actuou na cidade de Montereal Província de Quebeque.

No ano de 1993 representou a Região Autónoma dos Açores no XXXV Festival Internacional de Folclore Celestino Graça em Santarém.
Nova representação dos Açores na X Gala Internacional de Folclore da Batalha no ano de 1995.

Entre os anos de 1995 e 1998, efectuou uma pesquisa pormenorizada dos trajes tradicionais micaelenses, junto do Museu Carlos Machado em Ponta Delgada, sob a orientação da etnógrafa Dr.ª Sílvia Fonseca, o Historiador Dr. Hugo Moreira e em consonância com o presidente da Federação do Folclore Português Sr. Augusto Gomes dos Santos.

Efectuou no ano de 1996 uma digressão ao Continente Português participando no V Festival Internacional de Folclore de Arrentela Seixal.

Tornou-se Membro efectivo da Federação do Folclore Português, adquiriu o Estatuto de Utilidade Pública por despacho do Presidente do Governo Regional dos Açores e filiou-se no INATEL no ano de 1996.

Recuperou o tradicional “Cantar às Estrelas” na freguesia da Relva, no ano de 1997, sendo este original desta freguesia, onde apenas se usa os instrumentos tradicionais tais como a viola da terra, o violão os ferrinhos e o tambor.

Mais uma deslocação ao Continente Português mais propriamente à região do Alto Alentejo onde participou no XXXI Festival Internacional de Folclore de Castelo de Vide, em Agosto de 1997.

Voltou a Portugal Continental em 1998 para representar o Folclore Açoriano no XVIII Festival Nacional de Folclore Beira Serra em Oliveira do Hospital e na XXXVIII edição do Festival Internacional de Folclore de S. Torcato – Guimarães.

Representou os Açores nos Festivais Internacionais de Folclore da Camacha e Ponta do Sol na Região Autónoma da Madeira em 1999.

Deslocou-se à Espanha para representar o Folclore Açoreano no Festival Internacional de Folclore de Narón Galiza e à Ilha Terceira representando o Concelho de Ponta Delgada nas Festas Sanjoaninas em 2000.

Representou Portugal no 1º Festival Étnico do Mediterrâneo na cidade de Madrid – Espanha no ano 2001.


Em 2002 deslocou-se ao Brasil a fim de participar em várias festas no Estado de Santa Catarina e nas comemorações do povoamento Açoriano e VII Festival Internacional de Folclore de Gravataí do Rio Grande do Sul e ainda actuações no Rio de Janeiro, efectuando programas nos Canais de Televisão: RBS – Globo, Globo, TV Rural, TV Educativa, TV COM e Sistema Brasileiro de Televisão.

Em 2004 voltou a Portugal Continental para representar o Folclore Açoriano no Festival de Folclore de São Pedro de Alva, Distrito de Pena Cova, Concelho de Coimbra.

Foi convidado pelo COFIT (Comité Organizador de Festivais Internacionais da Ilha Terceira), a representar os Açores no XXII Festival Internacional de Folclore dos Açores realizado naquelaIlha de 13 a 19 de Agosto de 2006.
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Cartaz2006v

A 27 de Maio do ano de 2007, na Ilha de S. Miguel, actuou para a Princesa Walburga Habsburg Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, Arquiduquesa da Áustria e Princesa da Toscana, Hungria e da Bohémia e para seu marido Carl Eduard Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, Barão Taxis von Bordogna e Valnigra.
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Festival2007
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Cartaz007
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Gruporelva
Já em 2007, foi convidado a estar presente no XVII Festival Internacional de FolcloreAyuntamiento de Narón – Galiza – Espanha, onde representou o Folclore dos Açores, mereceu a boa representação, conseguida no ano 2000, no mesmo evento.


No mês de Agosto de 2009, deslocou-se ao norte de França, mais propriamente à Alsácia, onde efetuou várias atuações nesta região francesa, e uma no sul da Alemanha.

Esteve presente 6 vezes na R T P, onde Participou no Programa Praça da Alegria nos estúdios da RTP no Porto em 1998, no programa Jardim das Estrelas da RTP aquando da transmissão deste do Coliseu Micaelense em Ponta Delgada em 1999,novamente noprograma Praça da Alegria da RTP transmitido das Portas da Cidade de Ponta Delgada, aquando das Festas do Senhor Santo Cristo no ano de 2001, duas vezes no programa Atlântida na RTP Açoresno ano 2002, voltando a estar presente no mesmo programa, aquando da transmissão deste a partir do Jardim 5 de Agosto na Freguesia da Relva, em 2005.

Promotor em conjunto com a Junta de Freguesia desde 1993 do Grande Festival de Folclore da Relva – Mostra Folclórica do Atlântico, que já vai na décima sétima edição.
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva 1grupodarelvaatuanoxvii

Durante todos estes anos tem actuado em toda a ilha de S. Miguel em festas de Freguesia, Espírito santo e outras, bem como em restaurantes e hotéis para o Turismo que nos visita.
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva 1umaenormemultidoassistREPRESENTATIVIDADE

Da sua representatividade é de destacar os mais variados trajes originais tanto de camponeses abastados de domingar, remediados e pobres, de camponesas abastadas de domingar, remediadas e pobres, de apanhadeira de chá, de pescador e o inconfundível capote e capelo, confeccionados com os mais genuínos métodos, sendo utilizados a lã, a estamenha, o linho, rendas e entremeios e os característicos bordados, dos quais é fiel depositário.

INSTRUMENTOS

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Instrumentos
Dos instrumentos, só usa o que é tradicional, onde se destaca a viola da terra de dois corações, o violão o tambor e os ferrinhos.
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João de Medeiros
Visitante
Visitante

Sexo : Masculino Idade : 62
Emprego/lazer : Funcionário Público
Pontos : 5237
Data de inscrição : 11/02/2010

http:// www.grupobalhadosrelva.com

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Mensagem por João de Medeiros Qui Abr 08, 2010 10:35 am

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva

REPRESENTATIVIDADE

DESCRIÇÃO DOS TRAJOS E INSTRUMENTOS

O Grupo ao longo dos 31 anos de existência efectuou várias pesquisas e recolhas da etnografia daí que possui os mais variados trajos típicos e originais Micaelenses desde ricos, pobres e passando nos remediados.
Os trajos ricos a que nos referimos não são aqueles usados pela nobreza nem pela burguesia, mas sim os usados pelos camponeses abastados do campo.

1-Trajo rico feminino – A tradicional saia rica de estamenha tecida no tear manual com barra bordada, bordado esse muito trabalhado, cobrindo grande parte inferior da saia, o seu avental também tecido no tear com mesmo tecido, é como a saia bastante bordado em contraste com a saia, as cores da saia e do avental são sempre garridas, passando pelo azul e rosa, suspiro e azul, preto e vermelho ou ainda rosa e azul, a camisa de linho branco com refegos ornada com rendas e entremeios, nesse trajo vê-se rendas e entremeios muito ricos e em grande quantidade, o lenço geralmente da cor do bordado da saia muitas vezes bordado da cor do fundo da saia, até mesmo com quadras de amor, as galochas que nesse trajo são de madeira com pano bordado, as meias de renda e na roupa interior o saiote e o calção ornamentados com rendas e entremeios brancos.

2-Trajo remediado feminino – A tradicional saia de estamenha tecida no tear manual com barra também bordada embora mais simples, o seu avental também ele tecido no tear e bordado a condizer com a saia e as cores a contrastar, a camisa de linho branco com refegos, ornada com rendas e entremeios brancos, as suas galochas de madeira e couro, o lenço ora liso da cor do bordado da saia ou ainda garrido estampado a condizer com as cores das saias, na roupa interior o saiote e o calção de pano branco com as suas rendas e entremeios brancos.

3-Trajo pobre feminino – A tradicional saia de estamenha tecida no tear manual todavia mais rústica com barras simples, somente riscas ou bordada com bicos, o seu avental com cores ao contrário das saias e também com riscas na parte inferior como a saia ou então de pano xadrez com patrona, a camisa de linho branco ornada com refegos, rendas e entremeios brancos, as suas galochas de madeira e couro, o lenço sempre estampado com cores muito garridas e tons a condizer com a saia bem ao gosto campesino, o saiote e o calção de pano branco com as suas rendas e entremeios brancos.

4- Trajo de apanhadeira de chá – A tradicional saia de linho xadrez bege e castanho com barra de lã vermelha ornada com liga amarela, camisa de linho branca ornamentada com refegos, rendas r entremeios brancos, lenço vermelho da cor da barra da saia, chapéu de palha e cesta para deitar as folhas do chá, galochas de madeira e couro, na roupa interior o saiote e o calção com rendas e entremeios brancos.

5- Capote e capelo – Trajo sóbrio de lã preta podendo ser azul-escuro, composto de manto e capelo muito usado até ao início deste século, embora remonte ao séc. XVI.

6- Trajo rico masculino- O tradicional fato de estamenha tecida no tear manual, composto por calças, casaco e jaleco, o casaco leva na beira um arremate preto e nos braços uns botões de cores vivas, e estes eram consoante a condição social mesmo dentro dos camponeses abastados, chapéu de feltro azul escuro por for a e vermelho por dentro com abas compridas sobre as costas, as típicas botas de couro preto com bordo vermelho na parte superior do cano, a sua camisa de linho branco bordada a azul o com refegos na qual a mulher ponha todo o seu esmero, pois esta tinha muito orgulho no bordado da camisa que o marido usava, este trajo era usado pelos camponeses abastados do campo, e não pelos nobres ou burgueses, também podia ser de lã preta pura como um original que se encontra no Museu Carlos Machado onde este grupo fez a recolha embora esse não tenha os botões mas tendo outros ornamentos.

7- Trajo de camponês remediado de finais do séc. XIX – Calça de estamenha com calças e casaco, camisa de linho com refegos e botas de couro preto com barra vermelha na parte superior do cano.


8- Trajo de trabalho do mesmo camponês remediado de finais do séc. XIX. – Calças de estamenha e camisa de linho branco com refegos, calçando alpercatas e carapuça de lã na cabeça.

9- Trajo de camponês pobre de Rabo de Peixe – Calça de linho branco ou bege, arregaçada mais a perna esquerda, camisa de linho xadrez branco ou bege, chapéu de linho branco com abas e couro na lua, nos pés as típicas sandálias conhecidas por alpercatas.

10- Trajo de camponês da Relva de finais do séc. XIX até 1905 aproximadamente – Calça de cotim, com suspensórios e fivela atrás, camisa de linhaça branca com riscado branco a azul com algibeira grande onde era guardado o rolo do tabaco, casaco de cotim podendo ser da mesma cor das calças ou não e ainda de outro tecido de cor mais ou menos idêntica, casaco este conhecido por guarda pó, na cabeça carapuça de lã e as típicas alpercatas.

11- Trajo do mesmo camponês de trabalho – Calças nos moldes da descrição anterior, camisa também igual à anterior, carapuça na cabeça e as alpercatas nos pés.

12- Trajo de Domingar ou de dia de festa do campónio de finais do séc. XIX – Calça de lã preta, jaleco e chapéu preto, botas pretas e camisa de linho branca.

13- Trajo do pescador de meados do séc. XIX – Calça de estamenha forrada de lã xadrez branco e preto na parte inferior das pernas, camisa de lã bege, chapéu de palha e tamancos de madeira usados em terra, podendo usar cesta de e rede quando se dirigia para a faina da pesca, existe um original no Museu Carlos Machado onde o grupo efectuou a respectiva recolha.

14- Trajo de mulher pobre de trabalho – Saia de lã azul com bordado em bicos na parte inferior desta, avental de pano riscado com algibeira no lado direito superior, camisa de linho branco com rendas e entremeios, lenço de lã enramado com cores sóbrias galochas de madeira e couro nos pés, este trajo existe um original no Museu Carlos Machado onde o grupo efectuou a respectiva recolha.

15- Instrumentos Típicos – Na tocata o grupo usa o que realmente é genuíno, a nossa viola da terra ou de dois corações ainda conhecida por viola de arame que dá ao nosso folclore um som impar que lhe é muito próprio e uma característica única. Desconhece-se no entanto a origem deste instrumento sendo de supor que tenha vindo para esta ilha com os primeiros povoadores provenientes de alguma região do continente português e aí se tivesse perdido posteriormente, também é usado no grupo como acompanhamento o violão, o tambor e os ferrinhos.

João de Medeiros
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Mensagem por João de Medeiros Qui Abr 08, 2010 10:41 am

BALHOS

PEZINHO DA VILA
Como nasceu o “Pezinho da Vila”?
Terá vindo com os primeiros povoadores ou será criação local?
Segundo o Tenente José Dias, talvez o “Pezinho da Vila” tenha nascido em Vila Franca do Campo, e dali passou a generalizar-se por toda a Ilha, pelo sabor da sua melodia, ao aparentar-se com a essência das nossas restantes modas.
O “pezinho da Vila” é um balho alegre, movimentado e cheio de vida. A sua linha metódica é curta; mas graciosa.
É um balho de roda com pares, balhadeiras à frente dos balhadores, braços elevados à altura do ombro, paralelos e semiarquiados; dedos como castanhetas a produzirem estalos.

1º Movimento – Os balhadores avançam e as balhadeiras recuam, em frente um do outro, balhando um passo de polca, o corpo volteia para a direita e esquerda, em vice-versa, enquanto se canta a sextilha.

2º Movimento – Coincide com a primeira parte do estribilho, os pares volteiam entre si; os balhadores e as balhadeiras viram-se para o que está à sua retaguarda, balhando um passo de polca pulado.

3º Movimento – Coincide com a segunda parte do estribilho, os balhadores colocam-se do, lado direito das balhadeiras, dando-lhe o braço esquerdo, enquanto esta lhe dá o direito, avançando na roda em passo de polca, seguidamente ele dá três passos para dentro da roda e ela três para fora da mesma, dando novamente ele o braço direito e ela o esquerdo e balhando em passo de polca pulado estes volteiam em conjunto. Depois mudam o braço e volteiam em sentido contrario, finalizando o balho com o emsmo movimento com que o iniciaram.

Como conclusão – neste balho temos uma mistura de marcações, que mostram claramente a influência continental e europeia. O passo predominante é o da polca, supondo-se que a disignação de “Pezinho da Vila” se refira à moda balhada primeiro em Vila franca do campo e daí se generalizou por toda a Ilha.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Sextilhas com sentido humorístico
Passo ------------------------------------------- De Polca
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- Quarto


FORMA ESTROFICA

Sextilhas e estribilho
I
O filho do come insonso
Comprou ontem ao tio Afonso
Uma porca com marrões
Depois do negócio feito
A porca não dava leite
E eles brigaram como dois cães

Estribilho

Fica aqui o meu pezinho
Devagar devagarinho bis
Se vai à Ribeira Grande
Eu tenho uma carta escrita
Para ti cara bonita bis
Não tenho por quem a mande
II
Eu fui à beira da rocha
Sapato, meio e galocha
Ver se o mar estava manso
Encontrei uma garoupa
Toda enrolada em roupa
A dormir no seu descanso

Estribilho

Fica aqui o meu pezinho
Devagar devagarinho bis
Fica aqui que eu vou lá abaixo
O meu coração e o teu
O teu coração e o meu bis
São duas peras num cacho

III
Eu venho lá dos Arrifes
A comer pão com bifes
E também galinha assada
Ó homem não me atramósses
Tu daqui não levas nada

Estribilho

Fica aqui o meu pezinho
Devagar devagarinho bis
Entre na folha do papel
Não há Ilha mais bonita
Não há Ilha mais bonita bis
Do que a Ilha de Miguel


BALHO DA POVOAÇÃO


O “Balho da Povoação”, é o único balho em que os pares dão mas mãos. Dão-lhe o nome de Vila da Povoação, porque é originário desta, a primeira terra a ser povoada pelos portugueses por volta de 1439. É muito antigo e a sua coreografia lembra uma flor que se abre e fecha.
È um balho de roda, com os balhadores em frente das balhadeiras de mãos dadas, pois é o único balho em que isto acontece.

1º Movimento – Os pares inclinam-se para o lado de fora da roda, iniciando um movimento de vai e vem, para fora e para dentro da roda, até três vezes, e aí o mamdador do balho diz “fora”.

2º Movimento – Os pares volteiam entre si na roda, também atém o mandador dizer fora.

3º Movimento – Os balhadores voltam-se para o par, que estão por trás, dão três passos de polca pulados, como em todo o balho e dão uma palma de frente para a balhadeira, que por sua vez faz o mesmo movimento até ao fim da última quadra.

4º Movimento – Os pares voltam a fazer o movimento de vai e vem para fora e para dentro da roda, até quatro vezes, aí o balhador segura a mão da balhadeira, que dá uma volta e depois estes fazem uma vénia de agradecimento.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras soltas e próprias
Passo ------------------------------------------- De Polca
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- Quarto

FORMA ESTRÓFICA

Quadras
I
Ai o balho da Povoação
É um balho acampanudo (bis)
Ai eu vejo a Povoação
Pela beira de um canudo (bis)
II
Ai minha mãe para me casar
Ofereceu-me uma tigela (bis)
Ai depois de eu estar casada
Partiu-me a cara com ela (bis)
III
Ai ontem à noite à meia-noite
Fiz um pecado mortal (bis)
Ai roubei a filha a meu sogro
Pela porta do quintal (bis)
IV
Ai caçador que vais à caça
Caça para as bandas do Sul (bis)
Ai caça-me aquela menina
Toda vestida de Azul (bis)




PEZINHO VELHO


Não se sabe ao certo, de que localidade micaelense é originário, o que há a certeza é que era balhado em diversas freguesias de S. Miguel.
É um balho de roda, com os balhadores à direita das balhadeiras, ou seja do lado de fora da roda, mas virados para o lado contrário, destas, estas colocam a mão esquerda no ombro deles.
Como terão oportunidade de observar, este balho é mais lento, sendo de supor que fosse balhados por pessoas mais idosas, visto ter um carácter mais sóbrio.

1º Movimento – Pares posicionados em roda, balhadeiras do lado de dentro da roda, com a mão esquerda sobre o ombro dos balhadores, começa a música, espera-se até ao terceiro compasso, e o mandador diz ele aí vá, os pares avançam em roda, eles avançam e elas recuam, em sentido contrário aos ponteiros do relógio, começa-se a cantar a quadra, e chegando ao meio desta o mandador diz fica e começa o segundo movimento.

2º Movimento – Quando chega a metade da quadra, o mandador diz fica, e os pares dão três passos para trás, ou seja os balhadores para fora da roda e as balhadeiras para dentro, seguidamente dão outros três de encontro um ao outro, depois os balhadores dão três passos na roda no sentido contrário aos ponteiros do relógio, e as balhadeiras no sentido igual aos mesmos ponteiros, dando outros três no sentido inverso, aí dão uma pequena inclinação para trás até ficar com a cara face a face, passando depois ele para o par que estava à sua frente, e ela a mesma coisa.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras soltas e próprias
Passo ------------------------------------------- De Polca
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- Dois



FORMA ESTRÓFICA

Quadras

I
Andei toda a Ilha a roda
Para ver se alguém me queria (bis)
Amores não me faltaram
Mas foram todos num só dia (bis)

II
Eu já tive quatro amores
Dois de manhã e dois à tarde (bis)
Agora só tenho um
Vivo mais à minha vontade (bis)

III
Sonhei ontem sonhei hoje
Com a tua prima Teresa (bis)
De manhã quando acordei
Estava eu de vela acesa (bis)

IV
Tenho uma rata no sótão
Ai ao pé da lata da tinta (bis)
Todos os dias vou lá ver
Ai se aquela rata já pinta (bis)



BALHO DO SANTA MARIA


O “Balho do Santa Maria”, por ter este nome, nada indica que seja originário da Ilha de Santa Maria, mas sim da freguesia de Água Retorta, onde foi feita a sua recolha.
É um balho de roda, composto por quatro pares, podendo-se fazer-se duas rodas, com quatro pares cada.

1º Movimento – O balho inicia-se, com os pares voltados para dentro da roda, a balhadeira, com a mão esquerda na mão direita do balhador, dando três passos de encontro um para o outro.

2º Movimento – Três passos para dentro da roda, e assim até meio da quadra.

3º Movimento – A partir daí dois dos quatro pares, iniciando pelos que estão em sentido paralelo à tocata, quando dão outros três passos para fora da roda, dão outros três, a balhadeira para a sua direita e o balhador para a sua esquerda, indo de encontro com o par que está à sua frente, depois voltando para trás fazendo o mesmo percurso, seguidamente os outros pares que estão no sentido inverso, fazem o mesmo movimento, voltando a fazer o primeiro movimento, ora avançando e recuando, para dentro e para fora, mas sempre de frente para o interior da roda, até ao inicio da quadra seguinte, onde se recomeça o segundo movimento, desta vez começando pelos pares que estão na perpendicular à tocata.
Depois de acabar a quadra, os pares fazem o segundo movimento duas vezes.

4º Movimento – Neste repete-se o primeiro movimento, só que aqui, em vez de dar mão dão uma palma de frente um para o outro até ao fim do balho.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras soltas e próprias
Passo ------------------------------------------- De Polca
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- quatro


FORMA ESTRÓFICA

Quadras

I
Ai vem a barca velha – bis (coro)
Que se vai deitar ao mar – bis (coro)
Santa Maria vai dentro – bis (coro)
E os anjinhos a remar – bis (coro)
II
Eu parti uma laranja – bis (coro)
Metade deitei-a fora – bis (coro)
Da outra fiz um barquinho – bis (coro)
Ei barca vamos embora – bis (coro)



CHAMARRITA

Chamarrita, supõe-se ser a origem da palavra “chama-a Rita”, uma das nossas modas regionais.
Como primeira hipótese, temos o uso da gente açoriana, quando de longe chama alguém, modelar a voz, cantar chamando. Por esta razão, é natural que o facto se tenha dado com a vizinha Rita, que ao chama-la o faria cantando.
Em segunda hipótese, é provável que certo jovem nos alvores da paixão, bastante empertigado, tivesse chamado pela “sua Rita”, por ela não voltar a atende-lo ou a entende-lo. Ela mantinha-se intransigente e ele sob infantil impertinência, exclama, exclama cantando:

- “Se a Rita não volta eu grito aqui D’el-rei”.

Temos ainda uma jovem chamada Rita, cujo amado emigrou, com o objectivo de possuir algo mais, prometendo mandar notícias. Todavia essas notícias tardaram tanto, que a rapariga entristeceu. As amigas, para a alegrar, juntaram-se a rapazes e cantaram-lhe uma música, no auge da qual, diziam chama-a Rita.
E ainda põe-se a hipótese deste nome provir de uma santa mulher (Rita), que comia a carne com quem queria e dava os ossos ao marido.
Vemos aqui o bom humor, mas também a agressividade contra uma pessoa que actua de diferente maneira que a maioria.
É um balho comum a todas as Ilhas dos Açores, mas com coreografia e música completamente diferentes.

1º Movimento – de fila, balhadores de costas para a tocata, e balhadeiras à frente destes, mas de costas. Ao começar a música, os balhadores avançam para a direita, formando uma roda, as balhadeiras avançam para a esquerda, entrando depois para dentro da roda, dando o braço ao balhador, sempre balhando em passo de valsa cadenciada, ou valsa pulada.

2º Movimento – Ao acabar a quadra, os pares dão uma palma, e voltam-se começando a rodar em sentido contrário, continuando a balhar com o mesmo passo.

3º Movimento – Quando os cantadores dizem pela terceira vez “vira e volta a chamarrita”, os pares dão sete voltas entre si, e a balhadeira dá mais uma, indo para o balhador que está à sua frente, isto repete-se mais duas vezes até ao fim do balho.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras soltas e próprias, com sentido de humor depreciativo
Passo ------------------------------------------- De passeio (valsa pulada ou cadenciada)
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- três



FORMA ESTRÓFICA

Quadras e estribilho

I
Esta Chamarrita nova
Esta nova Chamarrita Bis
Bem cantada, bem balhada Coro
Não há moda mais bonita Bis
Estribilho
Vira e volta a Chamarrita – bis (3 vezes)
Quem manda voltar sou eu
II
A senhora Chamarrita
É uma santa mulher
Dá os ossos ao marido
Come a carne com quem quer
Estribilho
Vira e volta a Chamarrita – (bis) (3 vezes)
Quem manda voltar sou eu
III
Balhei sete Chamarritas
No dia em que me casei
Mas a volta de casar-me
Foi a pior que eu dei

Estribilho final

Vira e volta a Chamarrita – (bis) (3 vezes)
Quem manda voltar sou eu
Se a Chamarrita não volta (3 vezes)
Eu grito aqui D’el-rei


IRRÓ


O Irró é um balho originário de Vila Franca do Campo, que é uma terra piscatória, na qual, os pescadores, na segunda-feira de Pascoela, celebram a festa de S. Pedro Gonçalves, com procissão e missa cantada, à noite faziam, geralmente, o jantar em casa do mestre do barco. Depois percorriam as ruas da Vila, cantando e balhando a moda tradicional, que é o Irró.
O nome “Irró”, vem da deturpação da palavra “Herói”, a que se referiam a S. Pedro Gonçalves.
É um balho de roda, com pares, balhadeiras à esquerda dos balhadores, ou seja do lado de dentro da roda.

1º Movimento – Pares posicionados em roda, balhadeiras com a mão direita em cima do ombro dos balhadores, quando se começa a cantar o estribilho, os pares andam em sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, até ao fim do mesmo estribilho.

2º Movimento – Os pares em roda, balhadeiras em frente dos balhadores, estas do lado de dentro da roda, braços arqueados acima da cabeça, a produzir estalos e dançando o passo de valsa cadenciada ou pulada, voltando cada um para a esquerda e para a direita, sendo quando o balhador volta para a direita a balhadeira vira para a esquerda e vice versa, repetindo-se este movimento, sempre que se repetir as quadras.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras e estribilho próprio
Passo ------------------------------------------- De Polca e (valsa pulada ou cadenciada)
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- Dois

FORMA ESTRÓFICA

Quadras e estribilho

Estribilho
Eu sou marinheiro eu sou
Contra mestre de um vapor (bis)
Embarquei numa galera
Para as terras do meu amor (bis)
I
Bate padeirinha, bate padeirão
Quem quiser peixinho vai ao barracão
Peixinho comprado numa banda só
Peixinho folhado em dia de Irró

Estribilho

Eu sou marinheiro eu sou
Contra mestre de um vapor (bis)
Embarquei numa galera
Para as terras do meu amor (bis)
II
São Pedro Gonçalves sejais minha guia
Na terra e no mar minha companhia
São Pedro amado livrai-me sou réu
Folileto dourado caído do céu

Estribilho

Eu sou marinheiro eu sou
Contra mestre de um vapor (bis)
Embarquei numa galera
Para as terras do meu amor (bis)




BELA AURORA

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Belaaurorapar1q
A bela aurora, canta-se e balha-se em todas as Ilhas dos Açores, à exepção do Corvo. Em cada uma delas alguns traços comuns as ligam, quer no canto, quer no acompanhamento das violas, e mesmo na letra.
Em S. Miguel, tem a sua origem no Nordeste da Ilha, embora a sua coreografia seja muito diferente de Ilha para Ilha.
A posição inicial é de roda com pares, balhadeiras do lado de dentro da roda, de frente para os balhadores, e estes do lado de fora da roda de frente para elas, braços elevados à altura dos ombros, paralelos e semi – arqueados a produzir estalos.

1º Movimento – Balhadores de frente para as balhadeiras, depois da introdução musical, o mandador diz ele ai vai, eles andam três passos para a frente e depois três para trás, e assim sucessivamente até ao fica, elas começam ao contrário, com três passos para trás e depois três para a frente e assim sucessivamente até ao fica.

2º Movimento – coincide com o fica, neste os balhadores dão três passos para fora da roda, depois três para dentro, ai dão mais três no centro da roda voltando entre si, e mais três passos para fora, ai dão mais três passos voltando entre si, no fica as balhadeiras dão três passos para dentro da roda, três passos para fora, ai dão três passos voltando entre si, coincidindo com as voltas que eles dão no centro da roda, depois dão, esta é dada no lado de fora, depois dão três passos para trás, no sentido do centro da roda, onde dão três passos em volta no centro da roda, esta volta também coincide com a volta que os balhadores dão no lado de fora da roda.
Seguidamente volta ao primeiro movimento, e vai alternando até ao fim do balho.


Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras e estribilho próprio
Passo ------------------------------------------- De Polca e (valsa pulada ou cadenciada)
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- Dois



FORMA ESTRÓFICA

Quadras

I
Aí vem a bela aurora (bis)
Ai bela aurora ela ai já vem chegando (bis)
Seu sapato vem rangendo (bis)
Ai bela aurora mas que graça lhe vem dando (bis)

II
Encontrei a bela aurora (bis)
Ai bela aurora comendo milho torrado (bis)
Eu lhje pediu uns graozinhos (bis)
Ai bela aurora ela me deu um punhado(bis)

III
A bela aurora chorava (bis)
Ai bela aurora ela no pranto dizia(bis)
Já me morreu o meu bem (bis)
Ai bela aurora minha doce companhia(bis)




MANGERICÃO DA SERRA



Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Fotomangericodaserra


O “Manjericão da Serra”, é um dos balhos mais curiosos da Ilha de S. Miguel, sobretudo pelo lirismo da letra e da música. É uma moda, que cheira a campo, cheira mesmo a manjericão, que é o regalo dos pastores, pois é como se sabe, uma das ervas aromáticas mais estimadas do povo português.
O “Manjericão da Serra”, é uma moda e um balho, que remonta aos tempos do povoamento da Ilha de S. Miguel, desconhecendo-se a sua origem.
A posição inicial, é de roda, com pares em número par (quatro ou oito), balhadeiras do lado de dentro da roda, e balhadores do lado de fora, de frente um para o outro.

1º Movimento – Os pares, movimentam os braçospara a direita e para a esquerda, sucessivamente, até se começar a cantar a primeira quadra.

2 º Movimento – Quando se começa a cantar a quadra, os pares começam a dançar em valsa cadenciada, ou pulada, andando no sentido contrário aos ponteiros do relógio, onde elas se viram para dentro da roda e eles para fora, e depois um para o outro, e assim sucessivamente até a meio da quadra, ai os pares dão uma volta, ela para a direita, ela para a esquerda, ficando novamente de frente um para o outro, continuando a valsar em cadência, mas agora no sentido igual aos ponteiros do relógio e até ao fim da quadra.

3º Movimento – Quando se começa a cantar o estribilho, os pares começam a furar entre si até ao fim do mesmo, depois voltando ao segundo movimento, quando se começa a cantar outra quadra, novamente ao terceiro movimento, logo que se cante o estribilho, e assim sucessivamente até ao fim do balho.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras soltas, próprias e estribilho em sextilha próprio
Passo ------------------------------------------- Valsa cadenciada ou pulada nas quadras e de Polca na sextilha
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou ímpar, quatro ou oito
Movimentos ---------------------------------- Três



FORMA ESTRÓFICA

Quadras e estribilho

I
O Manjericão da serra (bis)
Ora sim senhor de certo que não tem medo (bis)
Faz a cama e dorme só (bis)
Ora sim senhor debaixo de um arvoredo (bis)

Estribilho
Sapatinho da menina é bem bom para calçar (bis)
Isto mesmo é amor isto mesmo é amar (bis)
Amor, amor, amor do meu coração (bis)
Ai querer-te sim, sim ai largar-te não, não (bis)

II
O Manjericão da serra (bis)
Ora sim senhor é pisado dos pastores (bis)
Também vós minha menina (bis )
Ora sim senhor sois pisadinha de amores (bis)

Estribilho
Os cabelos da menina são bem bons de pentear (bis)
Isto é o bem-querer, isto é o bem amar (bis)
Amor, amor, amor do meu coração (bis)
Ai querer-te sim, sim ai largar-te não, não (bis)



TANCHÃO


Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Fototancho



Há várias versões desta moda na Ilha de S. Miguel.
Há o “tanchão” cantado e balhado no concelho da Povoação, existe outro para os lados da freguesia da Maia no concelho da Ribeira Grande, que infelizmente já se perdeu na voragem dos tempos, e há aquele que, mais se canta e balha, cujo a recolha foi feita na freguesia da Achadinha, concelho do Nordeste, com uma coreografia muito bonita e com um cantar muito dolente.
A palavra tanchão, também significa uma estaca que nas Sete Cidades, era usada e ainda o é para amarrar os barcos, e marcar as propriedades, aquando da cheias na lagoa que naquela freguesia existe, e depois desta passar, saberem a divisória das mesmas, bem como nas Furnas, onde era usada apenas nesta última utilidade
No nosso tanchão, mostra-se a tensão entre o desespero e a animação, que são dois elementos de destaque na alma micaelense. Uma das marcações deste balho lembra o voo da borboleta a voar de flor em flor.
É um balho de fila balhadeiras de frente para os balhadores.

1º Movimento – As balhadeiras, seguram as saias, fazendo o movimento de vai e vem, os balhadores, seguram as dandas dos casacos com os polgares, fazendo o mesmo movimento de vai e vem.

2º Movimento – Quando se começa a cantar as quadras, o primeiro par, começa a rodar sobre si, dentro da fila, seguindo-se os outros, cada um por si, onde todos o fazem.

3º Movimento – As balhadeiras saem fora da fila, e os balhadores também, elas para o lado esquerdo e eles para o direito, sempre a balhar até se irem encontrando no outro lado da fila, onde começam a rodar cada par por si, onde vão ficando alternadamente, ele para um lado e mulher para o outro, até fazerem uma roda.

4º Movimento – O primeiro par, o balhador sai só, onde vai percorrer, todos ao balhadeiras, em passo de polca pulado, indo ao centro da roda depois de voltear com cada balhadeira. Quando o balhador está a fazer este movimento com a segunda balhadeira, o elemento feminino do primeiro par, começa a fazer o mesmo em relação aos balhadores, depois voltam a fazer o segundo movimento até se fazer novamente duas filas.

5º Movimento – Quando se acaba de cantar as quadras, continua-se a fazer o mesmo movimento, formando um V acabando assim o balho.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras próprias
Passo ------------------------------------------- de Polca e de polca pulado pelos pares que estão a fazer 2º e 4º movimentos
Pares ------------------------------------------- Em nº pare ou impar
Movimentos ---------------------------------- Cinco


FORMA ESTRÓFICA

Quadras

I
O cantar à meia-noite (bis)
É um cantar excelente (bis)
Acorda quem está dormindo (bis)
Ai alegra quem está doente (bis)

II
Ó minha mãe, minha mãe (bis)
Que tristeza é ser mulher (bis)
Se é bonita tem má fama (bis)
Se é feia ninguém a quer (bis)

III
A viola sem a rima (bis)
É como a filha sem pai (bis)
Cada corda seu suspiro (bis)
Cada suspiro seu ai (bis)

IV
Abre-te mar das areias (bis)
Quero ver o teu fundão (bis)
Quero ver em que alturas (bis)
Navega o meu coração (bis)

V
Ó minha mãe, minha mãe (bis)
Ó minha mãe minha amada (bis)
Quem tem uma mãe tem tudo (bis)
Quem não tem mãe não tem nada (bis)



CANA VERDE

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Caninaverde
Designa-se “Caninha Verde das Sete Cidades”, porque só neste lugar é conhecida.
Como lhe juntaram, num segundo andamento a moda do preto, um brasileiro, grande balhador, tinha o hábito de acabar o balho, com esta moda do preto, que trouxe do Brasil, e era sempre no fim da “Caninha Verde”, que gostava que se cantasse e balhasse o “Preto”, e assim se passou a fazer, mas em vez de se parar no meio dos dois balhos cantava-se tudo de seguida.
Outra versão, mostra-nos que o balho da “Cana Verde” é originário dos escravos pretos, que vinham, a esta Ilha, e antes de serem vendidos, ficavam na Freguesia do Faial da Terra, num lugar denominado Labaçal, os quais balhavam um pouco curvos e com os braços caídos, e que ao serem depois dispersados pelo resto da Ilha, o continuavam a fazer. Tendo despertado interesse ao povo das Sete Cidades, que o terá adaptado à “Cana Verde”.
É um balho de fila, com número impar de pares, alternados.

1º Movimento – os pares estão de frente um para o outro. O par que está do lado direito, isto é o que está do lado do público, começa a movimentar-se para a direita em passo de polca, seguindo-se os outros pares sucessivamente, num vai e vem, ora para a direita ora para a esquerda.

2ºMovimento – Quando se começa a cantar a quadra, o mesmo par da direita, começa a balhar dentro da fila de frente um para o outro.

3º Movimento – Quando se começa a cantar o estribilho, tanto o par que está a balhar dentro da fila, como os que forma a mesma fila, curvam-se, e balham curvados e com os braços caídos, como os pretos o faziam, estes movimentos repetem-se até ao fim do balho, finalizando com a posição inicial do mesmo.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras próprias, e estribilho próprio
Passo ------------------------------------------- de Polca nas quadras e de polca pulado no estribilho
Pares ------------------------------------------- Em nº impar
Movimentos ---------------------------------- Três

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Caninaverde1
FORMA ESTRÓFICA

Quadras e estribilho

I
A cana verde do mar
Anda à roda de um vapor (bis)
Ainda está para nascer
Quem há-de ser meu amor (bis)

Estribilho
Arrenego o Preto que vem da Guiné
Cachimbo na boca e chinela no pé
Arrenego o preto que vem de Angola
Sacola na mão a pedir esmola

II
Encostei-me à cana verde
Julgando que não quebrava (bis)
Era oca a verde cana
Coisa que me não lembrava (bis)


Estribilho
Arrenego o Preto que vem da Guiné
Cachimbo na boca e chinela no pé
Arrenego o preto que vem de Angola
Sacola na mão a pedir esmola

III
Eu plantei a cana verde
Eu plantei-a onde eu quis (bis)
Eu plantei a cana verde
Na cana do teu nariz (bis)


Estribilho
Arrenego o Preto que vem da Guiné
Cachimbo na boca e chinela no pé
Arrenego o preto que vem de Angola
Sacola na mão a pedir esmola



SAUDADE


A “Saudade”, é uma moda, de melodia das mais belas do Folclore Açoriano, com balhares e cantares muito diferentes, em todas as Ilhas dos Açores, especialmente na Ilha de S. Miguel. Desconhece-se a sua origem. Sabe-se que tipicamente Açoriana, mas também se desconhece a localidade que lhe dei vida.
É um balho de roda, com pares, balhadeiras à esquerda dos balhadores, do lado de dentro da mesma roda, com a mão direita sobre o ombro destes.

1º Movimento – Quando se começa a cantar a quadra, os pares iniciam a balhar um passo de polca com ritmo descansado em três tempos, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, quando acaba a quadra se dá início ao estribilho, os pares dão uma palma com as mãos em frente à cara e fazem o balham o mesmo passo, mas em sentido igual ao dos ponteiros do relógio, até meio do estribilho.

2º Movimento – A partir de metade do estribilho, os pares dão uma volta em cinco passos de valsa, e ao completar este, as balhadeiras dão mais dois passos de valsa em pequena volta para o balhador que está à sua frente, voltando-se ao primeiro movimento e repetindo-se os mesmos quantas quadras se cantar.
A “Saudade” é um balho que caracteriza muito o povo Açoriano, transmitindo assim o sentimento de ser-se Ilhéu.
O Açoriano deixou as suas Ilhas para ganhar o seu pão em outras paragens, ou também em demanda de aventuras, mas levou consigo o amor do seu torrão natal, que nunca esqueceu desta palavra saudade.
Quem parte saudades leva
Quem fica saudades tem
Por isso quem não terá saudades



Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras próprias, e estribilho próprio
Passo ------------------------------------------- de Polca descansado em três tempos e valsa a partir de meio do estribilho
Pares ------------------------------------------- Em nº par ou impar
Movimentos ---------------------------------- Dois


FORMA ESTRÓFICA

Quadras e estribilho

I
A saúda de é um luto
Uma dor uma aflição
Ai é um cortinado roxo
Saudade que cobre o coração

Estribilho

Vira e volta a saudade (bis)
Ai vira e volta e saudade
Saudades para o lado do meu peito

II
Amanhã parte um navio
Amanhã é que eu me vou
Ai as saudades que eu levo
Saudades são da mãe que me criou

Estribilho
Vira e volta a saudade (bis)
Ai vira e volta e saudade
Saudades para o lado do meu peito

III
A palavra saudade
Quem seria que a inventou
Ai o primeiro que a disse
Com certeza, com certeza que chorou


Estribilho final
Vira e volta a saudade (bis)
Ai vira e volta e saudade
Saudades para o lado do meu peito
Não cabe um amor tão grande
Num palácio tão estreito
Ai não cabe um amor tão grande
Saudades num palácio tão estreito


BALHO DOS FENAIS


É conhecido por “Balho dos Fenais”, porque foi nesta localidade denominada de Fenais da Ajuda”, que foi feita a sua recolha, daí que se suponha ser originário deste local.
É um balho de fila, homens de um lado e balhadeiras de um lado e balhadores do outro.

1º Movimento – Os pares formados em duas filas, balhadeiras à direita e balhadores á esquerda. Começando a música, os homens batem com o pé esquerdo no chão e as mulheres com o direito, fazendo um movimento com as pernas, até se começar a balhar, quando o mandador diz ele ai vai, inicia-se um passo de polca pulado e lento em vai e vem no sentido para diante e para trás até quatro vezes.

2º Movimento – Os pares avançam para o lado de fora da fila, um a um, elas para a direita e esles para a esquerda, indo-se encontrar onde terminava a fila sempre dançando o referido passo de polca, ao se encontrarem, vêm balhando até formarem novamente a fila e recomeçam a segunda parte do primeiro movimento.

Depois deste, volta ao segundo movimento, em que ao finalizar este e o voltar ao primeiro, os balhadores dão a mão esquerda às balhadeiras, fazendo o passo de polca num vai e vem para diante e para trás três vezes, seguidamente os pares formam uma cafua com os braços à excepção do primeiro par, que começa a furar por debaixo da cafua formada pelos braços dos restantes depois de dar três passos no vai e vem, quando este chega ao fim da fila, os outros começam também a furar um a um só que estes avançam a partir do segundo passo. Ao acabar de furar todos os pares voltam ao primeiro movimento.

3º Movimento – Estando todos a fazer o primeiro movimento, e quando se acaba de cantar a última quadra, o mandador diz já, e aí os pares avançam para dentro da fila, dando uma palma, quando chegam ao centro desta, continuando a faze-lo até este mandar parar o balho.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras próprias e soltas
Passo ------------------------------------------- de Polca pulado e lento
Pares ------------------------------------------- Em nº de seis
Movimentos ---------------------------------- Três

FORMA ESTRÓFICA

Quadras

I
Este fadinho corrido
Nem todos sabem cantar (bis)
Nem todos os homens são homens
Nem todos sabem amar (bis)

II
Não te faças mais do que eu
Nem mais alto que a varanda (bis)
Rapazinhos como tu
Dou-lhes com o pé para a banda (bis)

III
Toda a moça que é bonita
Pelo andar se conhece (bis)
Carrega no pé esquerdo
Todo o corpo lhe estremece (bis)

IV
Toda a mulher que se casa
Grande castigo merece (bis)
Porque se deita na cama
Com um homem que não conhece (bis)

SAPATEIA


Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Sapateia

A Sapateia é uma das mais características e divulgadas modas dos Açores, embora sendo comum a todas as Ilhas do arquipélago, mas com coreografia e música diferentes em qualquer das Ilhas, é de modo especial da Ilha de S. Miguel.
A palavra sapateia, vem de sapato, sapatear, ou seja bater com pé no chão.
A sapateia que se balha em S, Miguel, oriunda da freguesia dos Mosteiros, concelho de Ponta Delgada, é um balho de roda, com pares, balhadeiras do lado de dentro da roda, de frente para os balhadores.

1º Movimento – os pares iniciam o balho com os braços à altura dos ombros a produzir estalos, movendo estes para a sua direita os balhadores e para a sua esquerda as balhadeiras até começar o estribilho. Aí os pares começam a balhar em passo de valsa, para a sua direita e os balhadores e para a sua esquerda as balhadeiras, dando sete passos até concluírem uma volta, ao finalizar esta rodopiam para o lado que começaram a fazer a valsa. De seguida começam a fazer o mesmo movimento, mas em sentido contrário, e ainda mais uma vez para o primeiro lado que o fizeram.

2º Movimento – Quando se começa a cantar a quadra, dá-se início ao passo exclusivo da sapateia, os balhadores dão um passo à para a frente e para a direita, com o pé direito, depois junta-se lhe o esquerdo, vem atrás arrastando do pé esquerdo para trás, curvando o joelho e o corpo em três tempos, como quem está a sachar, movimento este que faz balancear graciosamente o corpo e depois fazendo o mesmo ao contrário, isto é iniciando com o pé esquerdo, as balhadeiras, começam a fazer o mesmo passo mas com o é esquerdo, pois estão viradas de frente para os balhadores, continua-se a fazer este passo até ao fim da quadra.

Repete-se estes dois movimentos, tantas vezes, quantas quadras e estribilhos se cantar.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------- Quadras próprias e soltas e estribilho próprio
Passo ------------------------------------------- de Valsa e passo próprio da sapateia
Pares ------------------------------------------- Em nº par ou impar Movimentos ---------------------------------- Dois

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Fotosapateia1

FORMA ESTRÓFICA

Quadras e Estribilho

Sapateia ó meu bem sapateia
Ai vira e volta à sapateia
Ai quantas vezes ai quantas
O jantar serve de ceia (bis)

I
Sapateia agora aqui
Ai amor do meu coração
Se tu choras também choro
Vê lá se te quero ou não (bis)

Estribilho

Sapateia ó meu bem sapateia
Ai vira e volta à sapateia
Ai quantas vezes ai quantas
O jantar serve de ceia (bis)
II
Se o padre-cura soubesse
O que a sapateia tem
Largava de dizer missa
Sapateava também (bis)

Estribilho

Sapateia ó meu bem sapateia
Ai vira e volta à sapateia
Ai quantas vezes ai quantas
O jantar serve de ceia (bis)

III
Tinha vinte pares de meias
Ai já não calço se não dez
Ainda que calce todas
Sempre me aparece os pés (bis)


Marciana

A Marciana, é um cantar muito antigo, não se sabendo de que localidade é originário, sabe-se que era cantado praticamente em toda a ilha de S. Miguel.
É uma moda muito popular, na qual se vê o seu sentido humorístico na descrição de uma mulher que tentava mostrar aquilo que não era, tanto em beleza como em haveres.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------ Quadras próprias e soltas com sentido humorístico e depreciativo

FORMA ESTRÓFICA

Quadras

I
Marciana, Marciana minha negra
Vai fiar, vai fiar teu algodão (bis)
Que estes rapazes de agora
Prometem saias não dão (bis)

II
Marciana, Marciana diz que tem
Se ela tem, se ela tem deixai-a ter (bis)
Um galo e uma galinha
Para a Marciana comer (bis)

III
Merciana, Marciana foi à Vila
Meteu-se, meteu-se pelos atalhos (bis)
Coitadinha anda perdida
Isto é que são uns trabalhos (bis)

IV
Marciana, Marciana já foi rica
Tinha de, tinha de seu um pataco (bis)
Marciana foi gasta-lo
Num macinho de tabaco (bis)

V
Marciana, Marciana comprou um xaile
Por sete, por sete vinténs e meio (bis)
Se a Marciana não é linda
O seu xaile ainda é mais feio (bis)



BALHO FURADO


Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Balhofurado2
É um balho tradicional da Ilha de S. Miguel, desconhecendo-se a sua origem, sendo mesmo muito antigo.
Ao balho furado, também lhe chamam “fado”, é moda nascida do povo e tão pura na sua expressão, como as restantes modas regionais. Alegre e jocosa, canta a alegria de viver na aldeia, canta a vida sadia da gente nova a expandir-se numa simplicidade graciosa. Por vezes nela se cantam o “desgosto” de um amor mal compreendido… mas isto só serve para dar prazer aos ouvintes. Cantado alternadamente por um homem e uma mulher, o balho furado presta-se a despiques e desgarradas de todo o género amoroso, humorístico, de escárnio etc. Nestes despiques o bom humor não deixa criar ofensas, ninguém fica ressentido.

O balho furado, é a composição de dois balhos antigos, do “Balho à ré, que é a primeira marcação, e do balho furado que era balhado sem deixar de furar, sendo um balho vivo e pulado.
É o balho mais típico de S. Miguel, era usual balhado nas matanças de porco, apanhas de milho, desfolhadas, Festas do Espírito Santo e nas mais diversas romarias que têm lugar na Ilha.
É um balho de roda, com pares.

1º Movimento – Balhadores em fila, e balhadeiras também, à frente da tocata, elas à frente destes, quando começa a música, eles avançam para a direita, formando uma roda, elas para a esquerda por fora desta, entrando para dentro da mesma, do lado oposto da tocata, isto é por onde se encontra o público, posicionando-se à esquerda do balhador, sempre balhando o passo de polca.

2º Movimento – O mandador diz fica, os pares, dão três passos na roda no sentido contrário aos ponteiros do relógio e dão uma palma, começando a fazer o passo de polca pulado de frente para o outro, fazendo-o três vezes, e regressando ao primeiro movimento.

3º Movimento – O mandador diz fura, o balhadores dão três passos para fora da roda, dando uma palma, e as balhadeiras fazem o mesmo para dentro desta, começando a furar, até o mandador voltar a mandar ficar, dizendo fica, onde se volta ao primeiro movimento, de balhar o passo de polca normal.

4º Movimento – Os pares estão a balhar o primeiro movimento, depois do primeiro fura, o mandador diz fica, e os pares fazem o 2º movimento, mas rodopiado, estes rodopiam entre si três vezes, voltando de novo ao primeiro movimento, entre o primeiro movimento e o terceiro, o segundo movimento é sempre feito duas vezes, todas as que estes forem executados, e dependem do número de quadras que forem cantadas.

Acompanhamento ---------------------------- Violas da Terra, Violão, Tambor e Ferrinhos
Forma estrófica ------------------------------ Quadras próprias e soltas, com sentido humorístico, de desgarrada e despique.
Passo ------------------------------------------- de polca normal no primeiro movimento e pulado nos 2º, 3º e 4º.
Pares ------------------------------------------- Em nº par ou impar Movimentos ---------------------------------- Quatro
Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva Balhofurado1


FORMA ESTRÓFICA

Quadras

Ai rapazes alarga, alarga
Que eu alarga quero andar (bis)
Ai senhora dona da casa
Por favor vamos balhar (bis)

II
Ai venham moças, venham moças
Venham moças para o terreiro (bis)
Ai venham gradas e miudas
Toda a palha enche o palheiro (bis)

III
Ai este balho sem mulheres
É como um copo se vinho (bis)
Ai é como a carne de vaca
Que se come sem toucinho (bis)

IV
Ai eu já vi nascer o Sol
Pela racha de uma cana (bis)
Ai já me vieram dizer
Que tu mijavas na cama (bis)

V
Ai se eu mijo na cama
Tu mijas é num penico (bis)
Ai já me vieram dizer
Que tu mamas no bico (bis)


VI
Ai cantigas ao desafio
São cantigas à navalha (bis)
Ai minha mãe sempre me disse
Não te metas com canalha (bis)

VII
Ai ta calada tola e mouca
Cara de cebola crua (bis)
Ai se queres ver o teu retrato
Vai à casinha da burra (bis

VIII
Ai comigo não vences nada
Tem a santa paciência (bis)
Ai conheço burros no mundo
Que têm mais inteligência (bis

IX
Ai senhores se aqui me encontro
É com licença de uma hora (bis)
Ai boa noite meus senhores
Com licença vou-me embora (bis

CANTAR ÀS ESTRELAS

Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva 1desfilexvfestivalgrupo
O Grupo efectuou a sua recuperação no ano de 1997.

Assim o grupo sairá devidamente trajado no dia 1 de Fevereiro, ou no sábado mais próximo, onde as mulheres se cobrem com xailes pelos ombros por causa do frio e também por ser uma peça de vestuário antiga, a acompanhar irá uma estrela iluminada e algumas lanternas como antigamente, e desfilando pelas ruas da freguesia cantando às estrelas e parando em diversas casas, onde são servidos bolos e doces tradicionais, bem como alguns licores, também regionais.
Segundo a tradição relvense, no cantar, também se pedia ofertas para no domingo seguinte se fazer um jantar, onde participava o chefe de família de cada casa visitada, incorporando-se estes no desfile, o jantar é o almoço de hoje em dia, porque antigamente em S. Miguel o jantar era ao meio-dia e à noite a ceia.
No séc. XIX com aparecimento das filarmónicas foram introduzidos nesse cantar alguns instrumentos de sopro, nós tentámos cantá-lo o mais original possível tocando só com instrumentos típicos do folclore, outro pormenor, as mulheres antigamente não saíam à rua para cantar às estrelas como as do nosso grupo o fazem hoje, mas somos um Grupo Folclórico e como tal todos os elementos participam no avivar de tradições.
Deste modo pode-se constatar que esse cantar tem muitas diferenças na Ilha de S. Miguel.
O “Cantar às Estrelas ”, é uma tradição muito antiga e que se perde no tempo, mesmo nos Açores só é conhecida em São Miguel, embora no continente, na Madeira e mesmo noutras ilhas açorianas se cante as “Janeiras ” por altura dos “Reis ”, em S. Miguel o Cantar às Estrelas foi a tradição com mais relevância.
Quanto ao seu aparecimento não se tem conhecimento da data precisa, sabendo-se que sempre se canta pela altura da celebração da festa em honra de Nossa Senhora da Estrela ou Nossa Senhora das Candeias daí ser um cantar de devoção a Nossa Senhora com música própria e diferente dos reis, podendo-se constatar na letra que segue:


Hoje é véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria (ou)
Ao lado da virgem Maria

As estrelas que o grupo canta, é mesmo originária da Relva, pois existem outras músicas comuns a todas as freguesias e outras específicas de outras povoações, havendo mesmo sítios que o dono da casa respondia antes de abrir a porta, o que não acontecia nesta localidade.


FORMA ESTRÓFICA

Quadras e estribilho

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

I
À tua porta parei
Ser bem recebido espero
Porque sempre te contei
Como um amigo sincero

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

II
Abre a porta por favor
Não tenhas muitas demoras
Quero sentir o calor
Da casa aonde moras

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

III
Recordando o tempo antigo
Preciso da porta aberta
Além da visita amigo
Vou te poder uma oferta


Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

IV
É mais uma que se arrisca
Que não me deves negar
Uma galinha mourisca
Que sirva para o jantar

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

V
Seja uma galinha gorda
Uma oferta em altura
Porque esta família toda
É preciso ter fartura

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

VI
O que o meu amigo der
Eu aceito de primeira
E diz á tua mulher
Que vá buscar a carteira

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

VII
Se deres muito não importa
E até gosto que saibas
Que ela nos dê uma nota
Que tenha um homem de barbas


Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

VIII
Sem mexer nos teus haveres
Mais uma lembrança minha
É para comprar temperos
Para temperar a galinha

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

IX
E este teu rapazinho
Pessoa bem delicada
Traga um garrafão de vinho
Para a palavra ser molhada

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

X
Vamos fazer uma boda
E tudo bem temperado
Com esta oferta toda
Já está cheirando a guisado

Estribilho

Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

XI
Fico-te muito obrigado
Por isto que quisestes dar
E já ficas convidado
Domingo para o jantar

Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

XII
Sem te causar nenhum dano
Peço a Deus que te ajude
E quando for daqui a um ano
Estejas de boa saúde


Estribilho
Hoje é a véspera das estrelas
Amanhã é o seu dia
Cantam os anjos no céu
Com prazer e alegria

João de Medeiros
Visitante
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Mensagem por João de Medeiros Qui Abr 08, 2010 11:22 am

Grande Festival de Folclore da Relva - Mostra Folclórica do Atlântico
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2008
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O Grande Festival de Folclore da Relva - Mostra Folclórica do Atlântico, organizado pelo Grupo Folclórico de Cantares e Balhados da Relva, é o maior do género realizado na Ilha de São Miguel, um dos maiores dos Açores e conceituado a nível nacional.
É reconhecido pela Federação do Folclore Português, desde a realização da primeira edição no ano de 1993, que se foi afirmando como um evento de alto nível cultural.
Para além da participação de Grupos Folclóricos da Ilha de São Miguel, tem tido a presença de grupos de outras ilhas dos Açores, tais como Santa Maria, Pico e Terceira, e também da Região Autónoma da Madeira.
Do Continente Português, já estiveram representadas as regiões da Alta Estremadura, Baixa Estremadura, Ribatejo, Beira Litoral, Ribatejo, Minho, Douro Litoral, Alto Alentejo e Região Saloia.
Do estrangeiro, já participaram grupos da Europa tais como da Áustria, Bulgária, Eslováquia, Espanha, França, Itália, República Checa e Roménia. Do Continente Americano, estiveram presentes o Brasil, Canadá, Colômbia e Venezuela.
O festival organiza-se sempre no primeiro fim de semana de Agosto, coincidindo com as festas de Honra á Nossa Senhora das Neves.


Contato do Festival: mail grupobalhadosrelva@gmail.com
Fax 296672899



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Mensagem por João de Medeiros Qui Abr 08, 2010 11:27 am

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Mensagem por MClara Qui Abr 08, 2010 7:17 pm

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