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Mensagem por Convidad Ter Abr 26, 2011 9:24 pm

O mundo era-me estranho e vão,

fútil como uma casa sem gente.



De andar e olhar incertos,

certo apenas do meu peito,

esperançado procurei novos lugares…

E eis como, em toda a parte,

como vara fora de água,

se insinua a realidade:

clara, exacta e iniludível.



Nos palcos proclama-se a justiça,

mas atrás das cortinas e das portas

triunfa e alastra a vil mentira:

gente pressurosa de impérios e poder,

sob a bandeira dos humildes avançando,

e pregadores militantes da moral,

vendendo paraísos aos fiéis

e assegurando ventura aos desvalidos,

a coberto do insigne cabeção.



Olho-te estupefacto as misérias

e as chagas inda abertas,

ao ver-te pôr tanto empenho

no que dizes que não crês!…

Herege do teu próprio credo,

fizeste de teu anseio

o sonho adiado que supões cumprido.



Intimidados plo ritmo lancinante dos teus passos,

dessa marcha secular donde brotaste,

quebraram-te as grilhetas e as correntes.

Disseram-te livre

e em tuas mãos depuseram o ceptro do poder.



Tonitruantes anunciaram-te o progresso

e mostraram-te o futuro no horizonte.

Serias tu, agora,

sobre o mundo que ajudaste a derrubar,

construtor dum mundo novo,

juiz e soberano.



Cansado,

arrastando os pés inda sangrentos

e nas mãos sentindo as chagas humilhantes,

paraste a marcha;

e de olhar turvo,

em prece voltado para os céus,

acreditaste.



Oh, infinita sujeição donde não sais!…

Durou pouco essa quimera

que teus amos, dia a dia,

pra que creias no poder que lhes pertence,

te ajudaram e obrigam a sonhar.



Trocaram-te os grilhões por um cartão

e fizeram-te uma carta de direitos

que não são para cumprir.

E tu,

inebriado em tuas vestes novas,

julgas-te livre,

ao escolheres em sufrágio universal

o caminho da tua servidão!…



Adiaste o sonho,

mas estás vivo ainda

e forte de tudo o que não tens.

Levanta a cerviz e acredita

que a Natureza de que és feito regenera.

O caminho a seguir

não o perguntes a ninguém.

Descobre-o tu.



Falas de liberdade,

ufano da que não tens;

e receoso não queres pagar o preço

da que podes exercer todos os dias…

Oh, perplexidade atávica!



Liberdade é bem que não se dá;

só se conquista e nunca é eterna.

Quando julgas que ta deram,

acabaste de a perder.



Livre sempre foste,

como todos são,

mas não te apercebes

em que dimensão!…

Liberdade há uma

e só essa existe:

a capacidade,

que a todos pertence,

de lutarmos sempre

por novos limites.



Acossado e enjaulado

plo juízo que de ti possam fazer,

aceitas e constróis

o atoleiro de aparências

em que te esbanjas e perdes.

O que os outros pensam seres

ou o que dizem de ti

não é aquilo que és…

Isso define-os a eles.

O que te define a ti

é o que dos outros dizes

ou o que pensas que são.



Decide-te,

sai da encruzilhada;

os caminhos têm sempre dois sentidos.

Que temor ou atavismo

não te permite escolher?!…

Não deixes tua alma atada,

nem adies o teu fado.

Só alcançarás proveito,

se antes conseguires perder.



Por feliz casualidade

ou, quiçá, Divino querer,

libertei-me desse jugo.

Aqueles que te iludem para te oprimir

cometeram o erro que me libertou.

Sou pobre em quase tudo,

mas tenho-me por inteiro.

Fórmulas, exemplos,

evoluções da técnica

e dogmas da ciência;

símbolos, regulamentos,

cartas de direitos,

regras de decência…

Oh, deuses!…

Oh, vã canseira de teimar no erro.

Que dogmas mais virão,

que sórdidas leis

ou postulados se farão

pra dominar?



Vis apátridas,

algozes do mundo,

que em vosso andar sedento de poder,

quereis ver moribundo o voo livre

dos que apenas querem ser.

Que ser perene ou eternidade

imaginais pra vós?!…

Sois de vida efémera

e corpo transitório,

tão passageiro e precário

quanto vosso empório.



Também me ensinaram a mesma lição;

indicaram-me as normas,

os processos e o fim.

Mas fizeram-no em vão:

lembraram-se de tudo,

menos de mim.



Neste pluriforme e vasto Cosmos,

que a partir de seus opostos se propaga

e neles incessante se renova,

estéril é a aspiração,

ou imprudente,

dos que tentam pôr fim ao gesto extremo.



O silêncio que cala os corações

está no grito que rompe a mordaça;

pois por mais barreiras que lhe ergam,

por mais que não se queira ou que se faça,

o rio corre sempre para o mar.
Anonymous
Convidad
Convidado


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A Herança Empty Re: A Herança

Mensagem por PortugalOnLine Qua Abr 27, 2011 8:58 pm

Pena que tão lindo poema tenho sido escrito por alguem anonimo e que não se identificou
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