Quase me envergonho de o dizer, mas , com esta confusão das ultimas semanas na minha vida, ainda não tenho novo disco do Girão. Pensava comprá-lo na Fnac, no dia em que o fosse ver ao vivo, para lhe pedir um autografo. Infelizmente não pude lá ir, e ... ainda não o tenho. Mas sei que o vou ter.
Obrigado ao Portugal On Line por me ter enviado um link por mail com uma entrevista televisiva ao Girão. Gostei de ouvir e saber coisas que desconhecia. Fiquei muito agradávelmente surpreendido com as certezas que eles demonstrou relativamente ao lançamento de mais um novo disco até ao final do ano, e de mais 5 (!!) nos proximos dois anos. Pergunto-me como é que ele conseguirá colocar no mercado 7 albuns no espaço de 2 anos, mas ele parecia tão certo disso que só posso esperar que seja a sério.
Parabens Girão, pelo teu regresso. Parabens a ti, e a nós, que gostamos de te ouvir, e que esperámos uma década por novas canções.

Jotace.. se tudo correr bem na primeira semana de Dezembro tens mais um duplo do Fernando Girão,obviamente que os tais 7 trabalhos que já sabias pela entrevista que eu lhe fiz no fernandogirao.net que eles existiam, e a editora Numerica assinou contrato por eles todos.
Sairá em tempo oportuno cada um deles, uma vez que eles já estão feitos e gravados, só faltava mesmo uma Editora e a Numerica tem um laço forte de trabalho com o Fernando Girão.
Fernando Girão nunca esteve parado nestes anos em que se recolheu de certa forma, porque esteve a compor e a produzir, além de trabalhar com outros artistas.
O fruto desse trabalho, o veremos como ele diz nos proximos 2 anos. Creio que ele nos vai surpreender com cada um Jotace, precisamente porque são todos diferentes.
Um dia perguntei ao Fernando Girão, como era possivel ele ter feito , composto e inventado tantos trabalhos e sonoridades diferentes, o que dificulta de certa maneira "cataloga-lo", ele deu-me uma resposta que não esqueci... Perguntou-me quantos heterónimos tinha Fernando Pessoa?
Eis a resposta e por isso te digo Jotace, já que tens acompanhado de perto estas andanças de/com Fernando Girão.. sim vão sair mais 6 álbuns de Fernando Girão... e um culminar de carreira bonito, embora Fernando Girão continue sempre a compor, A Música é a sua Arte e pão do dia a dia...

https://www.youtube.com/watch?v=YWhISrceFPY

Olha, já comprei o "Fado Negro". Estou na fase de ... 'degustação', agora. Daqui por uns dias já posso escrever umas linhas com uma opinião mais fundamentada acerca do disco.

Jotacê!
Já "degustaste" o cd!!!???!!!?? estranho o teu silêncio

Não estranhes, moça. Eu disse que escrevia, mas não disse quando. Não o tenho ouvido tanto como gostaria, e ainda não me sinto em condições de fazer a mini-crónica que gostaria de fazer. Provávelmente porque... não é um disco fácil, e porque é do Girão. Mas uma coisa é certa: não me apaixonou assim á primeira audição. Contudo, preciso de mais algum tempo, para não correr o risco de vir a ser injusto nas minhas apreciações.

Ok, 4 audições suplementares e algum tempo para reflectir sobre o que estive a ouvir, e cá estou para dar a minha opinião sobre este "Fado Negro" do Girão.
Começo por relembrar que eu sou, essencialmente, um fã de musica. Portanto, e em primeiro lugar aprecio a musica, e só depois as palavras. Isto na practica significa que até posso 'suportar' uma letra mediocre, se a musica me agradar. Da mesma forma, se a musica não me cativar, mesmo que o poema seja sublime... para mim, morre. È claro que, quando se consegue a feliz conjugação de uma grande musica com um excepcional poema, então sim, eu vou ás nuvens. E por isso tenho no meu altar canções como "Estrela da Tarde" (cantado por Carlos do Carmo), ou "Silencio e tanta gente" (de Maria Guinot). Esclarecido isto, vamos em frente.
O Girão, comigo, parte logo em vantagem, quando me ponho a apreciar um disco novo, devido a um factor desiquilibrante: a VOZ ! Aquela voz não tem rival, é unica e incomparável. Ainda que não haja musica, só a sua voz, mesmo que apenas em declamação, já nos controla os sentidos. Mas, ultrapassado esse primeiro impacto, passamos a concentrar-nos na musica, obviamente. E foi nesse processo de audição mais atenta que eu ... me perdi. E quando digo 'me perdi' não significa que tenha começado a flutuar, e me tenha elevado até Confuncio, e chegado ás portas do Nirvana. Perdi-me porque deixei de ouvir, dispersei-me, esqueci-me da musica e das palavras, e fiquei apenas ali, embalado pelo balanço meio-Morna-meio-Rumba que percorre o disco de uma ponta á outra, e que, para mim o torna ... morno. Eu sei que o Girão fez este disco assim mesmo, quase igual do principio ao fim, porque quis. Ele proprio o admitiu numa entrevista recente, na rádio. Não quis fazer uma 'salganhada' (a expressão é mesmo dele), quis um disco que acompanhasse as pessoas nos seus pensamentos. Epá.... ok, tudo bem, mas ... se eu acabo por me embrenhar nos meus pensamentos enquanto estou a ouvir o disco, então já não o estou a ouvir, certo?
Para mim, o que salva este trabalho do Girão, para alem daquela voz (que é sempre "aquela mááááááquinaaaaaa") é mesmo a guitarra portuguesa, e o trabalho excelente do guitarrista que com ele colaborou, o Bernardo Couto. Portanto, para quem gosta de sonoridades africanas e latinas, e é capaz de ouvir um disco inteiro de mornas de Cabo Verde, enriquecido com guitarra portuguesa e aquela VOZ e respectiva carga emocional, então eu recomendo vivamente. Contudo, para mim os melhores temas deste disco acabam por ser mesmo os dois fados instrumentais do final do album, dedicados á sua mãe e ao seu pai, porque alem de serem bons... não têm aquele balanço ininterrupto do 'dois prá cá e dois prá lá' que cantava a Elis Regina há muito tempo. A culpa deve ser minha, porque eu gosto de 'salganhadas', e por isso é que eu adoro o anterior album do Girão, "Olhos nos Olhos", que me surpreende e faz vibrar a cada canção, pela sua riqueza e variedade, e me prende, e me faz cantar com ele, e não pensar em mais nada, e não ouvir mais ninguem. Este "Fado Negro" tem um balanço agradável, tem voz unica do Girão, tem uma belissima guitarra portuguesa, mas não me invade, não me monopoliza os timpanos, não me enfeitiça os sentidos, não me reclama a atenção. Fica lá no seu cantinho, faz musica ambiente, e dou por mim no fim do disco sem saber quantas canções acabei de ouvir, sem as saber distinguir, e sem fixar as palavras, porque ... já não estava a escutar. Estava a apenas a ouvir. Venha o proximo, Girão! Sabes que a ti dou-te sempre uma nova oportunidade, ó meu!

Acho que vais gostar mais dos proximos , do Brazil A Tribute para começar . Tu sabes que sou suspeita Jotace, EU TENHO que gostar obrigatoriamente de tudo o que o Fernando Girão faz .
Vai lá espreitar ao Myspace...
http://www.myspace.com/brazilatribute

PS - Não posso perder um frente a frente entre ti e o F.G...

Jotacê,
Concordo com a tua apreciação do cd "Fado Negro", eu só o conseguir ouvir duas vezes do principio ao fim. Da primeira vez ouvi-o com atençao, da segunda, tal como dizes, "perdi-me" nos meus pensamentos de tal maneira, que o disco chegou ao fim e eu nem dei conta
Pelas amostras do novo cd, o tributo, acho que não vamos padecer desse problema!!! Eu já tive o descaramento de dizer ao Fernando Girão que iria gostar mais deste cd, uma vez que era mais ritmado e com a tal "salganhada" que tanto gosto de ouvir nele!
Ainda não o comprei, mas em breve irei ao Algarve!!! é o País que temos!!!

Pois é, minhas amigas, este disco de brasileiradas do Girão promete ser bem mais abrangente, animado e variado do que o Fado Negro.
Ontem, estava eu a almoçar num restaurante aqui pertinho de casa, olho para a TV e vejo ...o GIRÃO! E eu sem poder ouvir nada! Que raiva! Ele foi ao programa "Portugal sem fronteiras", ser entrevistado e cantar, e da TV do restaurante nada se ouvia. Fiquei fulo...
Maria, não me metas num frente a frente com o Girão, que eu ... FUJO!