Para 'cotas' acima dos 40, e que viveram intensamente a cena musical dos anos 80, os Spandau representam uma marca indelével na sua memória. Foram uma das bandas mais famosas da década, e talvez a maior, a par dos Duran Duran, dentro da vertente pop que se veio a denominar de 'neo-romantismo'. Foram vários os mega-exitos obtidos, com o pico na poderosa balada "True" , mas ouvir um 'Best off" da banda continua a ser ainda hoje em dia uma hora garantida de prazer e boa pop.
Eu era, e sou, fã dos Spandau. Há anos que me perguntava porque raio uma super-banda destas, com todos os membros ainda vivos e em boa forma, e sem que nenhum deles tenha conseguido uma carreira a solo digna desse nome, nunca se tinham voltado a juntar para celebrar os velhos tempos e a boa musica.
Finalmente, recentemente soube que isso aconteceu! Os Spandau juntaram-se de novo, 20 anos depois de se terem separado.
Gravaram um novo disco, agora em fase de lançamento, com um canção já a tocar que, muito surpreendentemente, está ao nivel do bom gosto a que nos habituaram nos seus velhos tempos. Chama-se "Once More" e partilho-a agora com todos vós. São agora um grupo de quarentões com muito bom aspecto, liderados ainda pela voz unica e ainda em plena forma de Tony Hadley, agora com 49 anos bem envelhecidos, a fazer lembrar um John Travolta.
Entretanto já iniciaram um tournée, e deveriam passar por Lisboa amanhã, mas o concerto foi adiado para Março de 2010, por questões de agenda da banda. Para um saudosista musical como eu, este é um momento de especial satisfação. Para a malta mais nova que por aqui passar, que goste de musica, e quiser arriscar uma audição culturalmente enriquecedora, aqui fica: "Once More" - Spandau Ballet - 2009

https://www.youtube.com/watch?v=4ClQQwibR-A

Bom recordar e uma boa volta para os Spandau... pela amostra a preto e branco, que obviamente são as cores que favorecem os artistas de meia idade, Mas sem dúvida que será em palco que se tira a tal prova dos nove do envelhecimento com qualidade, embora hoje com as novas tecnologias até um fanhoso se coloca a cantar como um soprano

Tiramos já a prova dos noves, pá! Já há no Tube uma série de gravações amadoras dos concertos deste ano. Olha aqui que bem que eles ficam em cima do palco, olha:
https://www.youtube.com/watch?v=MRMTylvfIgY

Aiaiaiaiai belos tempos de matiné.... de namoriscos ... só assim percebo como o tempo não pára.

Foi ontem, e eu estive lá. Ontem os Spandau Ballet voltaram a Portugal, depois de uma primeira visita feita em inicio de carreira, nos idos dos anos 80. Dessa primeira vez não estive lá, era demasiado jovem, e sem possibilidades de financeiras de pensar em coisas dessas.
A expectativa era elevada, da minha parte. Até fui meia hora mais cedo para o Pavilhão Atlantico, com receio de não arranjar um bom lugar para mim e para a minha 'Maria'. Eu por mim, até preferia ficar de pé, na plateia, porque eu gosto de cantar, dançar, pular, assobiar com força e bater muitas palmas até as mãos ficarem dormentes. Mas... a minha mulher é baixinha, e numa plateia cheia normalmente ela não vê nada. Assim, tinha comprado bilhetes para a bancada, onde sou 'forçado' a ficar sentado para não incomodar os 'monos' que habitualmente ficam atrás, e que vêm um concerto pop como se estivesse numa ópera: imóveis.
É claro que eu sentado até fico, durante um bocado pelo menos, mas mesmo sentado não páro quieto.

Tendo, assim, chegado meia hora mais cedo, logo percebi que meter os Spandau no Atlantico tinha sido muita ambição dos promotores. Aquilo estava com 30% da lotação máxima, e acabaram por fechar muitas das bancadas, para obrigar a malta a concentrar-se mais abaixo, e mais perto do palco. A oferta em concertos de bandas e musicos dos 'antigamentes' está a crescer exponencialmente, e é impossivel haver publico para todos: há meia duzia de dias foi o John Waite, agora os Spandau, daqui a nada os Alphaville e os Tangerine Dream, e ... é um exagero.
Mas, do ponto de vista musical, foi fenomenal! um desfilar de grandes exitos uns a seguir a outros, ambiente de festa permanente, e todos os musicos em grande forma e com uma imensa alegria de estarem de novo em palco, como que revivendo a sua juventude, naquela que sabem ser a sua ultima oportunidade. Essa alegria e emoção passou para ao publico, que soube retribuir com muitos aplausos e gritaria todo o empenho e qualidade musical demonstrada pela banda. Nem um sinal de decadência no seu som, agora mais maduro e refinado, e a voz inconfundivel e superior do Tony Hadley a chegar a todas as notas que nos habituámos a ouvir á 25 ou 30 anos atrás, numa manifestação surpreendente de vitalidade e competência.
Para mim, foi uma festa. É o meu tipo de concerto preferido, o show do "Best of", em que apenas duas ou três canções me soaram a desconhecido, e tudo o resto foi um desfilar de grandes momentos e recordações, desde o seu primeiro album muito 'pop electrónico e neo-romantico' até ao derradeiro disco antes da separação, que nos deixou canções fantásticas como "Through the barricades", e tudo sem parafernálias técnicas e pirotécnicas. Apenas um ecran gigante, e ... musica!
Os Spandau foram injustamente esquecidos (para alem do sempiterno e já desgastado "True"), mas foi optimo recordar que têm pelo menos uma dezena de grandes canções que marcaram um época, e uma década em particular: "True", "Lifeline", "Through the barricades", "Gold", "To cut a long story", "I'll fly for you", "Communication", "Fight for ourselves", e ainda mais umas quantas.

A nova canções deles, incluida no mais recente album que assinala o seu regresso chama-se "Once more" e está tambem ao nivel do melhor que eles souberam fazer no passado.

Foi uma noite para mais tarde recordar.